Os economistas do mercado financeiro subiram, pela quinta semana consecutiva, sua estimativa de inflação para este ano, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – que passou de 8,29% para 8,31%. O levantamento foi feito pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras, e divulgado nesta segunda-feira (18) pelo boletim Focus.
Para 2016, porém, a previsão dos economistas para o IPCA recuou de 5,51% para 5,50% na última semana. Foi a segunda queda seguida deste indicador. Se confirmada, a previsão do mercado para a inflação de 2015 (de 8,31%) atingirá o maior patamar desde 2003, quando ficou em 9,3%.
A expectativa oficial do governo para a inflação deste ano, divulgada recentemente por meio do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias, está em 8,2%. A equipe econômica informou, na ocasião, que está utilizando as previsões do mercado financeiro em seus documentos.
Segundo economistas, a alta do dólar e dos preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros) pressiona os preços em 2015. Além disso, a inflação de serviços, impulsionada pelos ganhos reais de salários, segue elevada.
Para o comportamento do PIB neste ano, os economistas do mercado financeiro mantiveram sua previsão, na semana passada, para uma retração de 1,20%. Se confirmado, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi registrada uma queda de 4,35%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira. Para 2016, o mercado manteve sua previsão de alta do PIB em 1%.
No fim de março, o IBGE informou que a economia brasileira cresceu 0,1% em 2014. Em valores correntes (em reais), a soma das riquezas produzidas no ano passado chegou a R$ 5,52 trilhões, e o PIB per capita (por pessoa) caiu a R$ 27.229. Esse é o pior resultado desde 2009, ano da crise internacional, quando a economia recuou 0,2%.
Após o Banco Central ter subido os juros para 13,25% ao ano no fim de abril, o maior patamar em seis anos, o mercado manteve em 13,50% sua previsão para a taxa básica da economia no fim do ano – o que pressupõe novo aumento da Selic em 2015. A aposta dos economistas é de que este aumento virá em junho, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, o BC tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços.