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Janja e Lula

Influência dela extrapola os limites da democracia

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Autor/Imagem:
Sonja Tavares, com ABr - Foto de Arquivo

A democracia brasileira tem enfrentado desafios que extrapolam os limites institucionais, e um deles é a atuação da primeira-dama, Janja, cujo papel se distancia cada vez mais da discrição esperada. A esposa do presidente Lula tem insistido em se posicionar de maneira pública e assertiva, sem deter qualquer autoridade política ou institucional conferida pelo povo ou pelo governo. Essa ingerência tem causado desconforto e levantado sérias questões sobre os impactos de sua influência na governabilidade.

Não é novidade que Lula, em outros tempos, se autointitulou “cascavel”, uma referência ao seu estilo combativo e sua capacidade de dar o bote no momento oportuno. Contudo, o que se vê hoje é um presidente que parece ter entregado esse chocalho à Janja, permitindo que ela dite o ritmo e o tom de seu governo. Certas ou erradas, as opiniões de Janja têm o peso do alter ego de Lula, criando um cenário onde a dúvida central é: quem está realmente no comando?

A democracia sofre quando figuras não eleitas assumem papéis que deveriam ser desempenhados dentro das estruturas institucionais. O populismo exacerbado, que já é uma marca registrada do atual governo, ganha contornos ainda mais preocupantes quando a primeira-dama se comporta como uma espécie de “presidenta informal”. A subversão da função presidencial, alimentada por um linguajar inadequado e ações intempestivas, só aprofunda a crise de representatividade.

O Brasil, que deveria ser conduzido por uma liderança clara e democrática, vê-se diante de uma parceria política onde Lula parece se contentar em ser “o marido da Janja”. A política se desmoraliza, o país se desorienta, e a democracia se fragiliza enquanto o mundo observa, alarmado, o desenrolar de um governo em que a influência pessoal suplanta os preceitos republicanos.

É urgente que o papel de cada figura pública seja respeitado e que o Brasil volte a ter uma liderança focada no interesse coletivo, sem as interferências perigosas que comprometem a estabilidade institucional.

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