As pilhas e baterias estão presentes na maioria dos eletrônicos utilizados no dia a dia, até mesmo de brinquedos, ambos ao alcance de crianças. Por este motivo, é necessário cuidado e atenção à possibilidade da ingestão acidental. De acordo com o pediatra e coordenador de pediatria do Hospital Santa Helena, da Rede D’Or, Thallys Ramalho, em contato com a saliva, a pilha promove a formação de uma solução alcalina, que provoca lesões graves no trato gastrointestinal ou nas vias aéreas.
“A ingestão deste tipo de material pode trazer consequências por toda vida. Inicialmente, os sintomas são inespecíficos, como dor torácica ou abdominal, aumento da quantidade de saliva, vômitos, náuseas e até mesmo dificuldade para respirar. Com a permanência do corpo estranho, ele pode fazer uma lesão química, que pode ocasionar rompimento dos órgãos e hemorragias. Essas lesões podem deixar sequelas permanentes, com necessidade de várias abordagens cirúrgicas ao longo da vida”, alerta o médico.
Ao perceber que a criança ingeriu por acidente uma pilha ou bateria, a primeira atitude a ser tomada é procurar um serviço de emergência. “Após 15 minutos de ingestão, iniciam-se as lesões internas. Com duas horas, aproximadamente, a lesão está instalada”, explica o pediatra. A retirada da pilha pode ser realizada por endoscopia, quando ainda no esôfago ou estômago. Porém, caso o objeto já tenha atravessado do estômago para o intestino, a conduta é observação no hospital até o corpo estranho se expelido com as fezes. Em casos mais graves, pode ocorrer perfuração de algum órgão e ser necessário uma cirurgia de emergência.
Para evitar que este tipo de situação aconteça, o pediatra Thallys Ramalho aconselha os pais a guardarem as baterias em locais seguros, evitar trocar a carga na frente das crianças e priorizar brinquedos que possuam travas para as pilhas com parafusos, além de ter muito cuidado com o controle remoto ao alcance das crianças.