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Inglaterra anuncia abertura total para o dia 19

O premiê britânico Boris Johnson anunciou, nesta segunda-feira, 5, que, se tudo avançar como o previsto, no dia 19 de julho serão eliminadas as restrições contra a covid-19 restantes na Inglaterra, de modo que o uso de máscara e o distanciamento social passarão a ser opcionais. Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte têm os âmbitos de discussão próprios sobre temas sanitários e e decidem seus ritmos de desconfinamento.

Em entrevista coletiva, Johnson detalhou que, se em 12 de julho forem confirmados dados epidemiológicos favoráveis, na semana seguinte serão eliminadas as “limitações legais”, permitindo a reabertura dos setores ainda fechados da economia, como grandes eventos e lazer noturno. Também não haverá limite de capacidade em teatros e cinemas ou para que as pessoas se reúnam em locais fechados e ao ar livre. A continuidade do trabalho remoto ficará a critério das empresas.

O anúncio era aguardado com expectativa e apreensão por se dar em meio a um aumento do número de infecções no país. O número de casos cresce, dobrando a cada oito dias, principalmente pelo avanço da variante Delta – detectada inicialmente na Índia. A nova cepa agora é dominante no Reino Unido e os cientistas estimam que pode ser 40% a 60% mais transmissível do que a variante alfa que era predominante anteriormente.

A variante alterou a data de reabertura, prevista anteriormente para o dia 21 de junho, sendo adiada para 19 deste mês em razão da escalada de infecções. Apesar do cenário atual ser preocupante, ministros de governo têm repetido, nos últimos dias, a linha de que o público deve agora “aprender a viver com o vírus”, o que levanta a questão do que as pessoas têm feito nos últimos 16 meses, em meio a três lockdowns nacionais e 128.000 mortes.

Os ministros admitem que as infecções provavelmente aumentarão quando as regras forem flexibilizadas, mas o governo espera que o número de hospitalizações e mortes seja limitado pela campanha de vacinação em andamento, uma das mais bem-sucedidas do mundo. Cerca de 45 milhões de pessoas receberam a primeira dose da vacina no Reino Unido – aproximadamente 85% da população adulta – e outros 33 milhões receberam a segunda.

Johnson também afirmou que trabalha com o setor turístico e as companhias aéreas para tentar eliminar a obrigação da quarentena para os viajantes vacinados que voltarem ao Reino Unido de determinados países. O ministro do Transporte, Grant Shapps, antecipou que haverá um anúncio sobre o assunto nesta semana.

O ministro da Educação, Gavin Williamson, detalhará na terça-feira as novas regras a serem aplicadas nas escolas, que possivelmente eliminarão a obrigação dos estudantes de se isolarem durante dez dias se tiverem estado em contato com um colega de turma que tenha testado positivo para a covid-19.

Johnson reconheceu que, à medida que as restrições são flexibilizadas, os contágios aumentarão, impulsionados pela nova cepa dominante no país, mas argumentou que o verão, com as escolas fechadas, é o melhor momento para aprender a conviver com a doença.

“Se não abrirmos agora, então quando?”, questionou, ao dizer que o governo tomou uma decisão “ponderada e equilibrada” de proceder à desescalada do confinamento de janeiro, devido ao “sucesso” do programa de vacinação.

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