A direção do Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, referência no tratamento de patologias cardíacas de alta complexidade em adultos e crianças, no Humaitá, zona sul do Rio de Janeiro, negou hoje (16) que haja crise no atendimento aos pacientes, como denunciou na quinta-feira (12) o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), após fiscalização.
De acordo com o Cremerj, o instituto sofre com o déficit de recursos humanos e de materiais essenciais para a realização de cirurgias e exames. Os atendimentos e cirurgias importantes estavam suspensos, ainda segundo o conselho, e o problema havia sido agravado com a paralisação dos terceirizados, que atuam nas áreas de administração, segurança, limpeza e cozinha, após ficarem três meses sem receber salários. O Cremerj afirmou ainda que as atividades administrativas estavam sendo executadas por profissionais que trabalham no ambulatório.
Já o instituo informou que está funcionando normalmente, incluindo o setor de terapia intensiva:
“As cirurgias agendadas estão ocorrendo dentro do previsto assim como 18 cateterismos A direção acrescenta que não procede a informação de paralisação de profissionais terceirizados e que há elevadores em uso”.
Na semana passada, a fiscalização do Cremerj encontrou problemas na manutenção de equipamentos de exames e elevadores. No setor de ergometria, a sala de exames estava fechada por falta de aquisição de esteiras e outros materiais.
A vistoria foi feita a pedido da Coordenadoria de Saúde e Tutela Coletiva da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e faz parte do Programa de Monitoramento Hospitalar da Defensoria. O objetivo do projeto é percorrer hospitais municipais e estaduais nos próximos meses para averiguar a situação de cada unidade.
“O Iecac é de extrema importância para o atendimento médico do Rio de Janeiro e é inaceitável que ele opere tão abaixo da sua capacidade. Vamos agendar uma reunião com o secretário estadual de Saúde para apresentar o relatório da fiscalização, expor todos os problemas e cobrar uma solução o mais rápido possível. Sabemos que o Estado está em crise, mas os investimentos na saúde são obrigatórios”, declarou Gil Simões, coordenador da Comissão de Fiscalização.