Cartas marcadas
Invasão do tríplex foi pedida por Lula após condenação
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emA possibilidade de militantes ocuparem o triplex do Guarujá (SP), fato que ocorreu nesta segunda-feira, 16, havia sido citada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um discurso após sua condenação pelo Tribunal Regional Federal da 4º Região (TRF-4).
No dia 24 de janeiro, após ter seu recurso negado e sua pena aumentada para 12 anos e um mês de prisão, o ex-presidente fez um discurso na Praça da República, no centro de São Paulo, quando classificou a decisão judicial como uma “mentira” e negou mais uma vez ser dono do triplex.
“Se eles me condenaram me deem pelo menos o apartamento”, disse Lula, na ocasião. “Eu até já pedi para o Guilherme Boulos mandar o pessoal dele ocupar aquele apartamento. Já que é meu, ocupem ”
Na manhã desta segunda, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e pré-candidato à Presidência, Guilherme Boulos (PSOL), acompanhado de integrantes do movimento e da Frente Povo Sem Medo, ocupou o triplex e desafiou a Justiça a mostrar quem é dono do apartamento atribuído a Lula na denúncia do Ministério Público Federal.
“Se é do Lula, o povo foi convidado e pode ficar lá. Queremos saber quem é que vai pedir reintegração de posse. Se não é do Lula, o Judiciário vai ter que explicar por que prendeu o Lula por conta desse tríplex”, disse.
Desocupação – Após cerca de duas horas de ocupação, os invasores deixaram o local. Pelo Twitter, Guilherme Boulos considerou a ação da Polícia Militar arbitrária, pois foi feita sem ordem judicial.
“A polícia deu prazo para a saída do MTST do triplex, sob pena de prisão de todos os ocupantes. O triplex foi desocupado, mas o recado ficou. É evidente que não tinham ordem: quem pediria a reintegração de posse?”, questionou Boulos.
Leilão – O leilão do imóvel, pivô da condenação de Lula, está marcado para os dias 15 e 22 de maio. Na sentença que condenou o petista, o juiz Sérgio Moro afirmou que o registro da matrícula do imóvel estava formalmente em nome da empresa OAS, mas que os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro estavam configurados por meio de “ocultação e dissimulação”. Lula sempre negou ser proprietário do apartamento.