O governador do Distrito Federal está devendo uma explicação à sociedade brasiliense sobre o projeto de transformar a capítal da República em um centro financeiro internacional. O sonho da Brasília dos próximos 60 anos virou pesadelo.
A aplicação de 600 milhões de dólares foi suspensa quando os investidores descobriram a existência de uma sociedade paralela, com sede em Anápolis e filial informal no Palácio do Buriti.
Essa espécie de agrupamento de amigos, sob a fachada de uma entidade jurídica, colocaria no bolso cerca de 130 milhões de reais. O valor corresponde a uma espécie de comissão de 10%, considerado o dólar flutuante beirando R$ 2,20.
Esse dinheiro seria dividido entre Agnelo Queiroz (PT), que tenta a reeleição, e outras duas pessoas aparentemente sócias na operação. Não se sabe, porém, que percentual caberia a cada um. Mas o certo é que uma parcela seria destinada à campanha eleitoral.
Os recursos viriam da Unitede World Infrastructure. Trata-se de uma empresa americana com capital social dividido entre os dólares de Washington e os petrodólares de Dubai. Seus sócios são Joe Reeder e H Aaditya.
O primeiro, com participação ligeiramente majoritária, foi diretor do Pentágono e Secretário das Forças Armadas americanas no governo Clinton. É reconhecidamente um grande financista e negociador internacional. O segundo, não menos respeitado, é um xeque árabe.
Os árabes, seguros com dinheiro tanto quanto os judeus (origem, aliás, de Reeder), suspeitaram das facilidades oferecidas por Agnelo Queiroz. O lado americano da UWI foi acionado. E o sócio de Washington, que teve por muito tempo o poder de digitar as senhas das armas nucleares, implodiu o negócio.
O governador Agnelo Queiroz foi procurado por Notibras. A pedido de André Duda, secretário de Comunicação e Publicidade, foram encaminhadas 18 perguntas por email. Passadas quase 48 horas, as respostas não chegaram.
A Direção de Redação de Notibras vai insistir nas respostas. E encaminhar mais um volume de perguntas. Mesmo porque, a série de reportagens que pretendemos levar aos nossos leitores, com a retranca ‘Operação Ali Babá’, mal começou.
José Seabra