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Irã acata proposta do Paquistão de fazer meio-de-campo da paz com árabes

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Marta Nobre, Edição

O presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse neste sábado que Teerã não está interessado em manter as tensões com a Arábia Saudita e respondeu positivamente quando o Paquistão se apresentou para mediar as negociações entre os dois rivais.

Falando durante uma coletiva de imprensa em Islamabad para marcar o final de sua visita de dois dias ao Paquistão, Rouhani disse que os sauditas desempenham um papel importante no mundo islâmico e que “se há qualquer problema entre os dois países, isso deve ser resolvido por meio de negociações”. “O pacto nuclear iraniano é um exemplo para o mundo. Superamos os problemas por meio do diálogo”, disse.

A viagem foi a primeira visita de Rouhani ao Paquistão e se seguiu aos esforços feitos pela Arábia Saudita para que Islamabad aumentasse sua participação na nova aliança militar de nações de maioria sunita, liderada pelos sauditas, uma coalizão considerada por Teerã como um bloco antixiita.

A Arábia Saudita já acusou Teerã de dar apoio aos rebeldes xiitas Houthis no Iêmen, contra o presidente internacionalmente reconhecido Abed Rabbo Mansour Hadi. Os sauditas estão liderando uma coalizão de estados do Golfo Pérsico para atacar os Houthis. Apesar da pressão saudita, Islamabad se recusou no ano passado a enviar tropas ao Iêmen.

O Paquistão é um aliado importante para a Arábia Saudita e divide uma longa fronteira com o Irã. O primeiro-ministro paquistanês Nawaz Sharif visitou a Arábia Saudita e o Irã em janeiro para mediar as negociações entre as duas potências regionais.

Rouhani também disse que seu país está pronto para ajudar o Paquistão a superar seus problemas energéticos. “O Irã construiu um gasoduto até a fronteira paquistanesa e agora estamos prontos para fornecer gás para o Paquistão”, disse o presidente iraniano, acrescentando que ele espera que o país vizinho complete o gasoduto do seu lado. Os trabalhos no gasoduto Irã-Paquistão pararam por dois anos por causa das sanções ao Irã, que investiu mais de US$ 2 bilhões no projeto.

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