Cuidado, Joe Biden (presidente dos Estados Unidos) e Yair Lapid (primeiro-ministro israelense): atacar o Irã hoje, sob o pretexto de que Teerã está prestes produzir bombas nucleares, pode ter como resposta um ‘efeito devastador’ contra a agressão. A advertência é do presidente da República Islâmica, Ebrahim Raisi, feita logo após o anúncio, nesta quinta-feira, 14, de acordo entre Washington e Tel Aviv, dispondo sobre ‘todos os meios necessários’ para evitar que o Irã se torne uma potência atômica.
Quaisquer “erros” dos EUA ou de seus aliados serão recebidos com uma “resposta dura e lamentável”, alertou o presidente iraniano. “Hoje, o Irã islâmico está mais forte do que nunca”, disse Raisi em um discurso durante uma visita à província iraniana ocidental de Kermanshah.
“Consideramos o poder dos americanos mais fraco hoje do que nunca e, como dizem os próprios ocidentais, a política de pressão máxima contra a República Islâmica por meio de sanções e ameaças falhou, e eles não devem testar essas políticas do passado novamente”, sublinhou.
“A grande nação do Irã não aceita nenhum tipo de insegurança e crise na região, e as nações muçulmanas da região odeiam as relações humilhantes de seus governos com a América, o que levou ao saque das riquezas de seus países”, acrescentou Raisi.
Alertando o “regime sionista” de Tel Aviv para não ter “olho cobiçoso no Oriente Médio e na Ásia Ocidental”, o líder iraniano sugeriu que o país “nunca poderá ter relações normais na região” e que, juntos, EUA e Israel não criam nada além de “insegurança e terrorismo”.
“Antes da reunião do povo resistente de Kermanshah, digo que qualquer erro dos americanos e seus aliados na região e no mundo será recebido com uma resposta dura e lamentável”, sublinhou.
No início do dia, Biden e Lapid assinaram uma declaração conjunta sobre a parceria de segurança entre suas duas nações, com Washington prometendo “nunca permitir que o Irã adquira uma arma nuclear” e expressando sua preparação “para usar todos os elementos de seu poder nacional para garantir esse resultado”.
A promessa iraniana seguiu-se ao aviso do presidente Biden em entrevista à mídia israelense de que os Estados Unidos usariam a força contra o Irã “como último recurso” para impedir que Teerã construísse a bomba.
O Irã nega ter qualquer intenção de construir armas nucleares, com autoridades enfatizando que o enorme arsenal de mísseis balísticos e de cruzeiro convencionais do país é suficiente para se defender contra agressões.
Os sucessivos governantes supremos do país também emitiram decretos religiosos contra armas nucleares e todas as outras armas de destruição em massa, proibindo o país de possuir ou desenvolver tais armas. O Irã abandonou seus estoques de armas químicas na década de 1990 antes de assinar uma convenção de Genebra.