O presidente do Irã, Hassan Rouhani, descartou nesta quarta-feira, 25, quaisquer alterações ou adições ao acordo nuclear de 2015, em meio aos esforços europeus para convencer o presidente dos EUA, Donald Trump, a permanecer no acordo.
O presidente francês, Emmanuel Macron, sugeriu durante uma visita de Estado a Washington que poderia haver uma maneira de se mover em direção a um “novo acordo” que abordaria as preocupações de Trump, bem como o programa de mísseis balísticos do Irã e o envolvimento nos conflitos no Oriente Médio, que não faziam parte do acordo nuclear.
O Reino Unido, França e Alemanha, que também assinaram o acordo juntamente com a Rússia e China, querem que os EUA continuem fazendo parte dele.
No entanto, Rouhani esfriou os esforços. “Eu falei com Macron várias vezes por telefone e uma vez pessoalmente. Eu disse a ele explicitamente que não adicionaremos nada no acordo e nem removeremos qualquer coisa dele, nem mesmo uma frase”, disse o presidente iraniano durante uma coletiva de imprensa na cidade de Tabriz, no noroeste do país. Ele sugeriu que Macron não tem o direito de alterar um acordo assinado por sete nações.
“Desde que nossos interesses estejam garantidos, permaneceremos no acordo, estejam os EUA nele ou não”, disse Rouhani. Mas ele acrescentou que “se nossos benefícios não ficarem garantidos, não permaneceremos no acordo, não importa quais sejam as circunstâncias”.
Rouhani atacou Trump, dizendo: “Você não tem a mínima ideia sobre política, nenhuma pista sobre a lei ou tratados internacionais. Você é apenas um empresário, um comerciante. Você é um construtor de torres. Como você vai julgar questões internacionais?”.
Ele também descartou as declarações de Trump durante uma coletiva de imprensa com Macron, quando o líder dos EUA disse que os iranianos “terão problemas maiores do que eles já tiveram antes” caso reiniciem seu programa nuclear.
Trump chamou o acordo nuclear de “insano” e “ridículo”, mas ele se recusou a dizer se os EUA continuarão ou deixarão o acordo até o prazo de 12 de maio. O acordo exigia que o Irã reduzisse seu programa de enriquecimento de urânio em troca de alívio de sanções internacionais.