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Irã age e impede que Israel promova o Holocausto árabe

O conflito entre árabes e judeus remonta a tempos antigos, com raízes profundas nas narrativas bíblicas e na disputa histórica por terra e poder. Para melhor entender que se passa no Oriente Médio é preciso traçar uma linha do tempo desde os primórdios até os conflitos modernos, envolvendo grupos como o Hezbollah e o Hamas, apoiados pelo Irã, e Israel, que tem por trás todo o poder destrutivo dos Estados Unidos.

Mas há, também, um fato novo: o Irã dos aiatolás, cabeça pensante do Islã. Ao atacar, como fez na terça, 1, o Estado judeu, Teerã parece ter deixado claro uma coisa: Benjamin Netanyahu não repetirá na região o que Hitler fez na Europa: o Holocausto, agora tendo por vítimas os árabes.

Na Bíblia, tanto judeus quanto árabes reivindicam ancestralidade comum através de Abraão, mas as diferenças se intensificam a partir de Isaque (ancestral dos judeus) e Ismael (ancestral dos árabes). As escrituras sagradas já registram disputas entre povos que habitavam a região, conhecida por judeus como a Terra Prometida (Israel) e por árabes como Palestina.

Com o exílio judaico e a subsequente diáspora após a destruição do Segundo Templo de Jerusalém pelos romanos no ano 70 d.C., os judeus foram espalhados pelo mundo, enquanto a região, sob controle árabe, viu o surgimento do Islã no século VII, consolidando a cultura árabe e muçulmana na região.

A tensão moderna entre árabes e judeus começou a se intensificar no final do século XIX, com o surgimento do movimento sionista, que visava a criação de um lar nacional judeu na Palestina, então sob controle do Império Otomano. A Declaração Balfour de 1917, emitida pelo governo britânico, apoiava essa ideia, o que acirrou ainda mais os ânimos entre judeus e árabes.

Após a Primeira Guerra Mundial e o colapso do Império Otomano, a Palestina passou a ser administrada pelos britânicos. Ao longo das décadas de 1920 e 1930, a imigração judaica teve um aumento considerável, levando a conflitos violentos entre árabes palestinos e os novos colonos judeus. A situação escalou até a decisão das Nações Unidas, em 1947, de dividir a Palestina em dois estados, um árabe e outro judeu, o que foi rejeitado pela liderança árabe.

Em 1948, a independência de Israel foi declarada, e, no dia seguinte, a Guerra de 1948 começou, quando os países árabes vizinhos invadiram o novo Estado. Israel venceu essa guerra, expandindo seu território além do que havia sido atribuído pelo plano da ONU. Para os árabes palestinos, essa guerra foi a Nakba (“catástrofe”), marcada pela perda de suas terras e pela criação de uma crise de refugiados que perdura até hoje. Refugiados dentro das próprias casas, onde são vítimas de chacinas diárias pelo Estado judeu.

Nos anos seguintes, vários conflitos árabes-israelenses ocorreram, como a Guerra dos Seis Dias em 1967, que resultou na ocupação por Israel da Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental, e a Guerra do Yom Kippur em 1973. Esses conflitos cimentaram o papel de Israel como uma potência militar, mas também aumentaram o ressentimento árabe. E, repita-se, ia surgindo um exército bem ao lado, com os aiatolás se postando como defensores dos fracos e oprimidos.

A partir dos anos 1980, surgiram grupos islâmicos militantes com o objetivo de destruir o Estado de Israel e resistir à sua ocupação de territórios árabes.

Criado no Líbano em 1985, o Hezbollah (“Partido de Deus”) é um grupo xiita financiado pelo Irã e pela Síria. Nasceu em resposta à ocupação israelense do sul do Líbano. O Hezbollah se define como uma resistência contra Israel e já travou várias guerras contra as forças israelenses, sendo a mais significativa em 2006. O Hezbollah é considerado uma organização terrorista por vários países, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, mas é também um importante ator político no Líbano.

Já o Hamas, fundado em 1987 durante a Primeira Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense), é um movimento sunita palestino que busca a criação de um Estado islâmico na Palestina histórica. Diferente da Autoridade Palestina, que busca uma solução de dois estados por meios diplomáticos, o Hamas adota a resistência armada como método principal, tendo realizado vários ataques contra Israel. O Hamas controla a Faixa de Gaza desde 2007, após vencer as eleições palestinas e, desde então, está em conflito contínuo com Israel.

Nos últimos anos, a violência entre Israel e grupos como o Hamas e o Hezbollah tem sido frequente. A guerra em Gaza, marcada por uma série de conflitos desde 2008, envolveu bombardeios, ataques de foguetes e ofensivas terrestres, causando grande perda de vidas de ambos os lados, com um número desproporcional de civis palestinos entre as vítimas, o que caracteriza uma carnificina comparada ao Holocausto.

Em 2006, a Guerra do Líbano entre Israel e o Hezbollah foi um dos momentos mais tensos na região, com milhares de mortos e uma destruição significativa no sul do Líbano e no norte de Israel. Ambos os grupos, Hezbollah e Hamas, usam táticas de guerrilha e ataques com foguetes contra Israel, enquanto Israel responde com ataques aéreos e incursões militares. O ciclo de violência, alimentado por décadas de animosidade, continua sem uma solução definitiva à vista, com os dois lados sofrendo pesadas perdas humanas e materiais.

O conflito entre árabes e judeus é uma das disputas mais complexas e prolongadas da história moderna. Ele envolve questões de identidade, religião, terra e soberania que remontam há séculos. Apesar dos esforços diplomáticos e acordos de paz pontuais, como os Acordos de Oslo de 1993, o caminho para uma solução duradoura ainda parece distante, especialmente com a contínua sede de poder de Israel. A diferença agora é que existe o Irã. E o quadro tende a mudar completamente. Em caso de novo Holocausto, o principal responsável será o Estado judeu, que age como latifundiários brasileiros que matam sem-terra apenas para ter mais terra.

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