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Acordo com potências deixa Irã com 2/3 do seu programa nuclear

O Irã e as potências mundiais estabeleceram as bases nesta quinta-feira para um acordo potencialmente histórico destinado a conter o programa nuclear do Irã após uma maratona de negociações na Suíça.

Este entendimento marca um grande avanço em um impasse que já dura 12 anos entre o Irã e o Ocidente, que teme há muitos anos que Teerã queira produzir bomba nuclear.

O Irã concordou em reduzir seu programa nuclear em troca do levantamento das sanções punitivas, informou a chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, após oito dias de negociações.

Os principais pontos acordados nesta quinta-feira deverão agora ser finalizados em um acordo altamente complexo até o dia 30 de junho.

O secretário de Estado americano, John Kerry, saudou um “grande dia”, enquanto o presidente iraniano, Hassan Rohani, declarou que a elaboração de um acordo completo começará imediatamente com o objetivo de finalizá-lo até a data limite de 30 de junho.

Kerry tuitou que as potências mundiais e o Irã “agora têm os parâmetros para resolver as principais questões sobre o programa nuclear. De volta ao trabalho em breve para um acordo final”, escreveu na rede social.

Meios de comunicação iranianos declararam que o acordo estabelecerá que o Irã reduza em dois terços, de 19.000 a 6.000, o número de centrífugas, que podem produzir combustível para energia nuclear, mas também o núcleo de uma bomba.

Mogherini, em um comunicado de imprensa conjunto com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, declarou ainda que o projeto de um novo reator será alterado de modo que nenhum plutônio para armas possa ser produzido.

A usina de Fordo, construída nas profundezas de uma montanha, permanecerá aberta, mas não será utilizada para o enriquecimento, e sim para pesquisa e desenvolvimento.

Em troca, Mogherini declarou que as sanções relacionadas à questão nuclear de Estados Unidos e União Europeia serão levantadas depois que a agência nuclear da ONU verificar que o Irã cumpriu suas promessas.

As potências esperam que o acordo torne virtualmente impossível para o Irã construir armas nucleares sob a fachada de seu programa nuclear civil e que encerre este impasse de 12 anos.

O chanceler francês, Laurent Fabius, declarou, no entanto, que ainda há trabalho a ser feito.

Uma implementação bem-sucedida do acordo pode colocar o Irã e os Estados Unidos no caminho para melhores relações após 35 anos de animosidade.

Além disso, as potências e o Irã esperam finalmente silenciar qualquer conversa sobre uma ação militar de Estados Unidos e Israel contra a República Islâmica.

O ministro israelense da Inteligência, Yuval Steinitz, alertou antes do anúncio desta quinta-feira que a “opção militar está sobre a mesa”.

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