O comandante militar mais graduado do Irã criticou os EUA e seus aliados por intervirem em todo o Oriente Médio e na Ásia Ocidental. Teerã “nunca se curvará diante da vontade e pressão dos americanos e seus aliados”, disse o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, general Mohammed Bagheri, em encontro de líderes militares de 35 países, que se realiza em Teerã.
O general falou sobre a dissolução da “tradicional ordem mundial bipolar” e o surgimento de novas potências no Oriente e no Ocidente. “Certos poderes e atores regionais não estão dispostos a aceitar os fatos do novo mundo”, disse ele, numa indireta ao presidente americano Donald Trump.
Bagheri frisou que os recentes ataques com mísseis lançados pelos EUA, Reino Unido e França em vários alvos na Síria são “ilegais” – o que está de acordo com o que o professor de direito internacional da Universidade de Illinois, Francis Boyle, disse após o ataque.
Bagheri também criticou Londres, Washington e Paris por exportar armas “para vários países da região, como a Arábia Saudita, para mergulhar o Oriente Médio na guerra”.
O comandante iraniano também se referiu aos iemenitas: “Embora os meios de comunicação dos EUA tenham sido rápidos em chamar a atenção para o caos e a tragédia que surgiu na Síria – talvez especialmente para versões de eventos que podem ser usados para pedir intervenção militar no país – muito menos atenção foi dada ao Iêmen, onde bombas árabes apoiadas pela tecnologia americana, bem como um bloqueio naval, criaram a pior crise humanitária do mundo”, sublinhou.
“A presença militar generalizada de certas grandes potências e suas intervenções na região do Oceano Índico causam apenas mais insegurança, como os incansáveis ataques aéreos contra o povo iemenita”, destacou o general.