O Irã diz não ter violado o acordo nuclear histórico firmado com potências ocidentais em julho ao realizar o teste de um míssil balístico no domingo. O projétil de longo alcance foi disparado no domingo e levou os Estados Unidos a afirmarem que tomariam as “ações cabíveis” junto à Organização das Nações Unidas (ONU), caso a medida viole resoluções do Conselho de Segurança. O vice-ministro de Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, porém, disse que o país não comprometeria sua defesa nacional.
O acordo entre os países visava reduzir o programa nuclear do Irã, limitando inclusive o número de centrífugas para o enriquecimento de urânio em operação e a modificação do design de instalações nucleares. Em troca, o país teria suas sanções internacionais aliviadas.
A resolução do Conselho de Segurança, no entanto, proibia o Irã de se envolver em atividades com mísseis balísticos que foram desenhados para portar armas nucleares por pelo menos oito anos. Qualquer míssil capaz de transportar cargas convencionais de grande porte, como o que foi disparado, está tecnicamente apto a levar armas nucleares.
No entanto, a proibição do acordo não repousa sobre mísseis que não foram desenhados para fins nucleares, nota Anthony Cordesman, especialista do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais, em Washington. “Ela apenas se aplica a desenvolver ou empregar de fato uma ogiva nuclear para um dado míssil”, diz.
Não está claro se este é o caso do projétil disparado no domingo. Analistas estimam que o míssil pode ter alcance de até 800 milhas (1.287 quilômetros), o que torna o Irã capaz de atingir adversários regionais, inclusive Israel.