Iris Berardi, brasileira que frequentava as famosas festas nas mansões de Silvio Berlusconi, chegou a receber 5,5 mil euros (R$ 22 mil, segundo a cotação atual) de mesada do ex-primeiro-ministro da Itália.
A informação foi revelada nesta segunda-feira (9) pelo próprio advogado de Berardi, Andrea Buondonno, durante uma audiência em Milão do processo “Ruby ter”, no qual Berlusconi e mais 22 réus, incluindo a brasileira, são acusados de corrupção contra o sistema judiciário e falso testemunho.
Segundo a procuradoria da capital da Lombardia, o ex-chefe de governo teria pagado para manter 21 mulheres em silêncio no julgamento do caso “Ruby”, no qual ele foi absolvido dos crimes de prostituição de menores e abuso de poder.
Buondonno revelou o valor que sua cliente recebia de mesada justamente para provar que o ex-primeiro-ministro não tentou suborná-la. Segundo ele, Berardi ganhava em média 5,5 mil euros por mês de Berlusconi, quantia que caiu para 4,9 mil euros (R$ 19,8 mil) quando ela se tornou testemunha no processo “Ruby”.
De acordo com o advogado, os valores eram pagos como uma “liberalidade” tomada pelo ex-chefe de governo, e não a título de suborno. A tese é encampada pelos defensores das outras mulheres acusadas no “Ruby ter”. Por outro lado, os procuradores sustentam que o ex-primeiro-ministro gastou mais de 10 milhões de euros entre 2010 e 2014 para comprar o silêncio das garotas que frequentavam suas festas.
Berardi teria participado do famigerado “bunga-bunga” quando ainda era menor de idade, mas ela nega ter mantido relações sexuais com o ex-premiê. Ainda assim, em interceptações telefônicas realizadas entre 2012 e 2013, ela diz sentir “falta da mesada do papai”.