‘Essa é a lei do assalto, se reagir é pro sal mesmo’. A frase foi publicada no Facebook pela irmã de Hélio de Frank Araújo, de 18 anos, suspeito de matar no sábado (22) o vigia Gilberto Lourenço de Carvalho com a ajuda de um comparsa. A vítima, que teria reagido ao assalto, foi morta a facadas.
Segundo policiais, ‘ir pro sal’ significa ‘matar’, ‘meter bala’. De acordo com um agente, a publicação na rede social faz apologia ao crime, cuja pena é detenção de três a seis meses ou multa.
A postagem da jovem foi feita no Facebook do irmão, no mesmo dia do crime, em meio a comentários de pessoas que prometiam ajudá-lo quando estivesse dentro do presídio. No perfil dela, há uma foto de uma facção criminosa. Na imagem, não é possível identificar nenhum preso. Mas, de acordo com a Divisão de Inteligência e Captura (Dicap), se trata de uma bandeira de um grupo criminoso que age dentro e fora dos presídios.
“Ela faz apologia ao crime com o ‘slogan’ da facção. A Polícia Civil vai iniciar uma investigação sobre isso”, diz Roney Cruz, chefe da Dicap.
Temendo a morte de Hélio Araújo, em decorrência de uma possível represália dos presos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo em razão do assassinato do vigia, a jovem ‘procurou’ proteção para ele.
“Já falei com os ‘irmãos’. Vão tentar livrar a barra dele. Essa é a lei do assalto, se reage é pro sal mesmo”, escreveu após sugerir ter falado com detentos do presídio para onde Hélio Araújo foi recolhido por suspeita de matar Gilberto Lourenço. “Estão dizendo que vão matar ele. O áudio que está ‘rolando’ é de lá de dentro da penitenciária”, escreve.
Temendo pela integridade física de Hélio Araújo, uma amiga do suspeito publicou que iria pedir ajuda para livrar o rapaz de uma possível retaliação: “Nada acontecerá com o Hélio, vou falar pro meu amigo puxar ele lá pra 15”. O número marca a ala onde estão os presos que poderiam proteger o suspeito.