Tem muita gente da oposição ironizando, sob a ótica de um dos alvos, a nova operação da Polícia Federal para desbaratar o resto da gangue da Lava Jato. É que entre os presos está o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque.
O agora detido pelos federais, vem a ser um dos fiéis escudeiros de José Dirceu na estatal. E como o sistema carcerário brasileiro não dispõe de celas suficientes (vide Justiça italiana, para deixar solto por lá Pizzolato) foi preciso desocupar a do ex-chefe da Casa Civil de Lula, para abrir vaga a mais corruptos.
Quanto ao lado sério da ação dos agentes federais, esta é a sétima etapa da operação que investiga um esquema de lavagem de dinheiro suspeito de movimentar R$ 10 bilhões. A PF também prendeu executivos e faz busca e apreensão em cerca de cinco das maiores empreiteiras do País, o braço financeiro do esquema de corrupção na estatal.
As empreiteiras repassariam propina a agentes públicos para conseguir contratos na petroleira. Duque seria o interlocutor do PT na Petrobras. A diretoria de Serviços, comandada por ele entre 2003 e 2012, repassaria porcentuais dos contratos assinados para o partido.
Em documento recente elaborado pela própria Petrobras, a estatal apontou que a diretoria coordenada por Duque foi a responsável pelas 12 licitações da obra da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Na sétima fase da operação, a PF decretou o bloqueio de cerca de R$ 720 milhões em bens pertencentes a 36 investigados. Três empresas de um dos operadores do esquema tiveram suas contas bloqueadas.
Publicado originalmente em naredecomjoseseabra.com.br