Ironia é descrita assim no dicionário: “Figura por meio da qual se diz o contrário do que se quer dar a entender; uso de palavra ou frase de sentido diverso ou oposto ao que deveria ser empregar, para definir ou denominar algo”.
A ironia tem como essência despertar em si mesmo e no outro o desejo do interesse/desinteressado, é a forma de explicitar os desejos mais incubados em nossa alma.
A ironia nos leva a dúvida e essa por assim ser nos leva as possibilidades mais criativas. Sendo irônico não nos tornamos cômicos ou humoristas, mas criamos mecanismos para expor dores profundas sem as mazelas amargas da decepção.
A ironia por ser uma ação é da ordem da consciência e, passa pela elaboração dos pensamentos e sentimentos reflexivos para atingir o alvo, que nesse sentido, é a não abstinência de uma resposta a si mesmo.
A ironia é a discrição de desejos internos, explicitados com a sensação de leveza e descompromisso, mas no fundo a audácia de dizer o que deve ser dito.
A ironia sai da boca/fala e das mãos/escrita, dessas formas lançando as dúvidas para o mundo. A ironia alcança seus objetivos quando fecunda a terra fértil do coração ativista e profano.
O irônico é em si mesmo uma metáfora, pois são nelas que acham guarida. A ironia planta em seus cultivadores a essência da indignação e o desejo de ser ouvido.
Somos, em algum tempo na vida, irônicos, mas em outro somos receptores da ironia alheia, enfim, somos simplesmente seres humanos, que ironicamente, nos manipulamos para continuarmos as buscas pelas quais estamos nesse plano.
Somos todos irônicos quando não conseguimos falar o que deve ser falado. Usamos o contrário para dizer o correto. Mentimos para dizer a verdade e, utilizamos a verdade para aconchegar a mentira em nossas vidas.
A ironia fora de controle é prejudicial a saúde física e mental.