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Islã em pé de guerra, com sunitas pró-EUA querendo isolar xiitas

Ao menos duas mesquitas sunitas foram atacadas no Iraque, em aparente retaliação pela execução de um proeminente clérigo xiita na Arábia Saudita, governada pelos sunitas, disseram autoridades e a polícia nesta segunda-feira (4).

O Ministério do Interior do Iraque confirmou os ataques ocorridos no domingo à noite em Hilla, cerca de 100 quilômetros ao sul da capital iraquiana, Bagdá. O ministério não confirmou relatos de que ao menos uma pessoa teria morrido.

O Iraque enfrenta violência sectária há anos, especialmente entre a minoria sunita e a maioria xiita que assumiu o poder após a invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003.

O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, ordenou que autoridades provinciais “persigam os bandos criminosos” que atacaram as mesquitas. Ele atribuiu a culpa pelos ataques ao “Daesh e aqueles similares a eles”, segundo comunicado que se refere ao Estado Islâmico por um de seus acrônimos em árabe.

No sábado, a Arábia Saudita executou o clérigo Nimr al-Nimr, provocando reações no Iraque e no Irã, de maioria xiita. O governo saudita cortou as relações com Teerã após manifestantes atacarem representações diplomáticas de Riad no Irã.

Afastamento – O clima entre os muçulmanos é tenso. Após as decisões da Arábia Saudita e do Bahrein – de cortar – e dos Emirados Árabes Unidos – de reduzir -, o Sudão anunciou nesta segunda-feira o corte de suas relações diplomáticas com o Irã e que a decisão entra em vigor imediatamente.

O Ministério de Relações Exteriores do Sudão fez o anúncio em um comunicado divulgado pela agência de notícias estatal do país na tarde de hoje (no horário local).

Ontem à noite, a Arábia Saudita rompeu relações diplomáticas com o Irã, horas depois que manifestantes invadiram e atearam fogo em sua embaixada em Teerã. Riad retirou seus representantes da missão diplomática no Irã e ordenou que diplomatas iranianos saiam do reino.

O ataque ocorreu um dia depois do governo saudita executar 47 pessoas condenadas por terrorismo. Uma dessas pessoas era o clérigo xiita Nimr al-Nimr, que tinha 56 anos. Ele fazia oposição à dinastia sunita Al-Saud, que comanda no país desde a sua criação, em 1932. A execução de al-Nimr gerou indignação em líderes xiitas do Irã, enquanto multidões invadiram a embaixada saudita em Teerã.

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