A atividade sísmica na Islândia aumentou nos últimos 45 dias, com centenas de terremotos diários abalando o sul da Península de Reykjanes. Em 10 de novembro, a cidade de Grindavík foi evacuada, prevendo-se uma explosão vulcânica dentro de dias.
A Islândia está à beira de um despertar vulcânico, já que os especialistas preveem uma era prolongada de erupções na Península de Reykjanes, que durará até 500 anos. A erupção iminente, considerada parte de um pulso vulcânico milenar, colocou a região no limite.
Um túnel de magma, que se estende por 15 quilômetros abaixo de Sundhnúkur e Grindavík, se formou, levantando preocupações sobre uma erupção de grandes proporções. O Met Office da Islândia relata um alto risco de ruptura do magma, com a maior ressurgência atualmente perto de Sundhnúkur.
Especialistas, incluindo Edward W. Marshall, do Centro Vulcanológico Nórdico da Universidade da Islândia, alertam que a erupção prevista pode ultrapassar em magnitude o evento Fagradalsfjall de 2021.
A erupção de 2021 marcou o início de um novo ciclo, com registos geológicos indicando que os períodos de inatividade duram entre 600 e 1.200 anos, seguidos por pulsos de erupções que duram entre 200 e 500 anos.
“Parece que 2021 deu início a uma nova fase eruptiva que poderá ver as várias zonas de falha que atravessam a [Península de Reykjanes] disparando durante séculos”, disse Clive Oppenheimer, professor de vulcanologia na Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
A Península de Reykjanes, situada acima da separação das placas tectônicas, passa por ciclos de liberação de tensão através de erupções vulcânicas. “Estamos agora em um desses pulsos”, explicou David Pyle, vulcanologista e professor de ciências da Terra na Universidade de Oxford.
O resultado permanece incerto, enquanto os investigadores debatem se o túnel de magma resultará numa erupção. Enquanto a região prende a respiração, Marshall prevê um período de espera de alguns dias a três semanas para uma possível erupção.