As forças armadas israelenses em coordenação com seus aliados norte-americanos e europeus evacuaram centenas de trabalhadores de resgate sírios conhecidos como Capacetes Brancos da região de fronteira do país com a Síria, em uma operação complexa e inédita. Os trabalhadores resgatados, que foram cercados de um lado por tropas hostis da Síria e do outro lado por militantes afiliados com o Estado Islâmico, foram transportados para a Jordânia, de onde devem ser reassentados para a Europa e o Canadá nas próximas semanas.
O ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, disse que 422 voluntários dos Capacetes Brancos foram evacuados, em vez dos 800 inicialmente planejados para a operação. As Forças Armadas de Israel disseram que a operação durante a noite foi “um gesto humanitário excepcional” a pedido dos Estados Unidos e dos aliados europeus devido a uma “ameaça imediata contra as vidas (sírias)”.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, divulgou uma declaração em vídeo dizendo que o presidente dos EUA, Donald Trump, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e outros pediram que ele ajudasse a evacuar o grupo. “Estas são pessoas que salvaram vidas e cujas vidas estão agora em perigo. Eu autorizei trazê-los através de Israel para outros países como um importante gesto humanitário”, disse Netanyahu.
O Reino Unido apontou que a operação foi possível devido aos esforços diplomáticos conjuntos, saudando os esforços dos Capacetes Brancos para salvar vidas em áreas controladas pela oposição ao governo sírio. Jeremy Hunt, secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, disse que a evacuação é uma “notícia fantástica” e agradeceu Israel e Jordânia no Twitter por atuar rapidamente. Os Capacetes Brancos, segundo ele, “são os mais corajosos entre os corajosos e, em uma situação desesperadora, é pelo menos um raio de esperança”.
Os membros dos Capacetes Brancos e suas famílias ficaram presos ao longo da fronteira com as colinas de Golã ocupadas por Israel após a ofensiva do governo sírio no sudoeste da Síria, que começou em junho. Devido ao seu trabalho nas áreas da oposição, onde eram quase exclusivamente os únicos a oferecer serviços de resgate em face dos avanços militares do governo sírio, eles foram considerados o inimigo público número um pelo governo.
A Alemanha disse que vai receber oito Capacetes Brancos que foram evacuados pelos militares israelenses. O governo alemão disse em um comunicado neste domingo que os preparativos estão em andamento para trazer os trabalhadores de resgate e um número não especificado de membros das suas famílias para a Alemanha.