O presidente do Banco Central da Itália, Ignazio Visco, disse nesta sexta-feira que a intervenção do Estado pode ser necessária para evitar que os problemas que atualmente afligem os bancos mais fracos da Itália se espalhem para outros credores.
“Enfrentando o risco de que, num contexto de elevada incerteza, os problemas definidos podem ter um impacto sobre a confiança no sistema bancário, a intervenção pública não pode ser descartada”, disse Visco.
Ele disse que as autoridades não estão subestimando sinais de preocupação e nervosismo sobre os bancos italianos nos mercados financeiros e que em conjunto com outras autoridades do banco central está promovendo soluções de mercado para os problemas dos bancos italianos.
A votação que resultou na saída do Reino Unido da União Europeia reacendeu a tensão no setor bancário italiano, com os investidores despejando nas ações dos bancos locais mais preocupações sobre suas carteiras maciças em empréstimos inadimplentes e rentabilidade cronicamente baixa.
Em resposta à turbulência do mercado, especialmente entre os bancos, como o Monte dei Paschi di Siena e Banco Popolare, o governo italiano tem vindo a discutir a possibilidade de intervenção do Estado com as autoridades europeias para reforçar o sistema.
A Comissão Europeia tem afirmado repetidamente que o órgão executivo da UE estava em contato com as autoridades italianas sobre as opções para reforçar as finanças do sistema bancário italiano, através de medidas compatíveis com as regras europeias.