Izalci Lucas perdeu a pelota da qual se imaginava dono. Como menino mimado, exigiu ser titular do time, amaçando levar a bola para casa na possibilidade de não ser atendido. Até seus aliados mais próximos avaliam que o senador pisou na rechonchuda literalmente. Pretencioso, fez gol contra, ficou na linha de pênalti e corre o risco de repetir, em outubro, o famigerado 7 a 1 da Alemanha contra o Brasil na Copa de 2014.
Com o orgulho ferido e sem apoio da torcida tucana, Izalci, inexplicavelmente, fez circular nas redes sociais uma resolução assinada pelo presidente do PSDB, Bruno Araújo, garantindo que a decisão sobre as candidaturas majoritárias do Distrito Federal serão decididas pela direção nacional da federação formada entre PSDB e Cidadania, o que passaria por cima de todos os acordos celebrados entre as legendas.
O documento foi feito às pressas, como foram açodadas as negociações do senador com a VETCLog para livrar a empresa da acusação de corrupção no esquema de compra e transporte de vacinas contra a Covid. Izalci, imaginando-se magistrado, advogado de defesa e promotor, deu com os burros n’água. Agora tenta repetir a estratégia com um texto que sequer foi publicado no site do partido e sem a devida numeração. No jargão político, tentou uma manobra para acalmar os poucos tucanos que assumem, em conversas inaudíveis entre ouvidos, a candidatura do menino birrento que tropeça nas próprias chuteiras.
A verdade – é o que mais se comenta no cenário político de Brasília -, é que Izalci não conseguiu construir um grupo que dê sustentação às suas pretensões de ser candidato ao governo.
Do outro lado está a deputada Paula Belmonte, que preside o Cidadania no DF. Segundo o estatuto, caberá a ela comandar a federação na capital federal, já que o Cidadania superou os votos do PSDB para deputado federal. Para piorar a situação de Izalci, Paula foi uma das responsáveis por articular a frente de oposição que se organizou em torno do senador Reguffe. Nesse grupo, estão União Brasil, Cidadania, PSC, Podemos e Novo.
Nos bastidores, Izalci foi desafiado a mostrar quais apoios possui. “Eu tenho os mesmo que o Cidadania”, disse. Está enganado. Dificilmente esse grupo se reuniria para torná-lo candidato ao governo. Se o caso for levado ao colegiado da Federação Cidadania-PSDB em Brasília, ele perderá de goleada. Dos 10 votos, ele tem o do bloco do Eu Sozinho. Duas abstenções são garantidas. Placar final, 7 a 1. Se insistir nessa aventura, ele vai acabar vereador em Águas Lindas ou onde lhe levarem a asas da VTCLog, que hoje em dia, é do conhecimento geral, ficou sem combustível. O voo será curto. E acabará em meio a escombros, sem risco de espalhar estilhaços.