Sabe quando você tem aquela sensação de “já vi esse filme antes e o final não é legal”? Aquela sensação chata de “déjà-vu”? Pois bem, é essa a sensação que sinto nos últimos dias. É como se um filme ruim voltasse em cartaz, sendo anunciado como a “maravilha da sétima arte”…
Não gosto de falar de política. Nem de religião. As pessoas têm suas convicções. Cada um acredita que sua escolha é a melhor para o mundo. E que tudo se resolverá se outras pessoas acreditarem no que para ela é a verdade absoluta…
Cada pessoa é um Universo à parte. Mas todos precisam pertencer a algum grupo… o que aconteceria se a pessoa tivesse que escolher entre sua fé e seu grupo? E não estou falando aqui de religião, mas sim de política. Pode não parecer, mas essas duas vertentes têm mais semelhanças do que gostaríamos de admitir…
Uma pessoa que acredita piamente em seu ídolo não tem nenhum escrúpulo em censurar qualquer dito que vá contra aquilo que o mesmo prega. Mesmo que essa “verdade” coloque em xeque sua própria existência. Porque seu herói está certo e o candidato a acólito deve se enquadrar na “Verdade Absoluta”. E, se tiver que entregar seus iguais para o mestre, o fará sem hesitar. Porque “a verdade” deve prevalecer, não importa o custo…
Se repararmos nos noticiários atuais, perceberemos que as pessoas seguem seus líderes políticos como se fossem deuses. O opositor às ideias do meu Escolhido é o “enviado do diabo” e deve ser execrado. Tudo de ruim e errado que acontece no mundo é culpa deste. O meu Venerado tem a chave do Nirvana…
Não importa que este deseje meu sangue… sacrifícios são necessários para que os deuses possam realizar suas maravilhas. Mas, antes, num gesto “altruísta”, para demonstrar todo apoio ao meu Líder, entrego de bandeja todos os infiéis para serem julgados… e castigados… por não rezarem pela cartilha de “meu guia”…
Esse tipo de história nunca acaba bem. Tivemos vários exemplos no correr das Eras e nesse momento as Trevas começam a baixar sobre a humanidade.
A trava nos olhos dos seguidores daquele que se intitula “salvador da humanidade, protetor dos bons costumes” e outras papagaiadas os impede de ver que estão sendo empurrados para o precipício…
Quiçá possamos acordar desse nosso devaneio perigoso e enfrentar os falsos deuses, antes que nos destruam. Mas infelizmente isso é tão difícil para a maioria de nós… nossas crenças são mais fortes que nosso instinto de sobrevivência. E se nosso “deus” de pés de barro exigir nosso sangue para banhar seu altar, com certeza seguiremos como cordeirinhos para o sacrifício…
A Esperança é a última que morre. E é nela que deposito toda a minha confiança. Espero ardentemente que consigamos fugir da arapuca onde entramos por livre e espontânea vontade. Se vamos conseguir? Só o tempo poderá dizer…