Jaboatão inicia preparativo para marcar em abril a expulsão dos holandeses

No coração do Nordeste brasileiro, em Pernambuco, pulsa uma celebração que transcende o simples ato de festejar. A Festa da Pitomba, tradicionalmente realizada no município de Jaboatão dos Guararapes, é muito mais do que uma homenagem a uma fruta típica; é um encontro profundo entre história, fé e cultura popular.

A pitomba, fruto pequeno e agridoce que brota em terras quentes, simboliza a resistência e a fertilidade da região. Durante a festa, realizada em abril, o povo pernambucano celebra não apenas a colheita da fruta, mas também a tradição religiosa associada à Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, localizada no Monte dos Guararapes. Este local é considerado um marco histórico nacional, palco de batalhas decisivas contra os invasores holandeses no século XVII.

A programação da festa mistura elementos sagrados e profanos, refletindo a rica diversidade cultural do estado. Missas solenes e procissões se entrelaçam com feiras de artesanato, barracas de comidas típicas, shows de música regional e, claro, a venda da pitomba, que é consumida em abundância. A atmosfera é de alegria e pertencimento, um verdadeiro retrato da alma pernambucana.

Mas o que torna a Festa da Pitomba tão especial é o seu significado simbólico. Para muitos, é um momento de renovar a fé e agradecer pelas conquistas. Para outros, é uma ocasião de reencontrar amigos, compartilhar histórias e celebrar as raízes culturais que unem a comunidade.

O evento também tem um impacto econômico significativo, movimentando o comércio local e atraindo turistas de diversas regiões. Contudo, mais do que isso, é uma manifestação de identidade e resistência cultural. Em um mundo cada vez mais globalizado, preservar tradições como a Festa da Pitomba é afirmar que a riqueza de um povo está em suas particularidades.

Entra ano, sai ano,  a cada abril, o povo de Pernambuco reafirma seu amor à terra, à história e à fé, celebrando uma festa que não é apenas um evento, mas um autêntico ato de existência e resistência cultural.