As eleições brasileiras que acontecerão neste ano apontam para uma tríade de postulantes principais. Sobre Lula, que ainda frequentará as pesquisas até o dia 24 de janeiro, quando o apenado terá a sua sentença definitiva e poderá se tornar inelegível, muito já foi dito. Segundo os lexocográficos, tríade é um conjunto de três entidades ou pessoas.
Para a História, no Século XVI, época do descobrimento do Brasil, Tríade foi uma sociedade secreta surgida na China, que operava clandestinamente com o comércio de ópio e que evoluiu, chegou à Europa, EUA, Canadá e Austrália, modificando seu modus operandi para o crime do colarinho branco, que passou a ser seu commodity. Ninguém sabe se o Brasil aprendeu com ela ou se ela aprendeu com o Brasil.
Lula é, nesse momento, um extremo da tríade. Na outra ponta aparece, até o momento, Jair Bolsonaro. Seu discurso de capitão da reserva do Exército é direto e reto. Vai além do razoável, segundo seus opositores, sobre temas sensíveis como o homossexualismo, a tortura, o fim do regime de cotas para universidades, a censura e a pena de morte.
Bolsonaro já frequentou 10 partidos políticos e agora foi recebido pelo deputado Luciano Bivar, dono do Partido Social Liberal – PSL, pelo qual vai concorrer no pleito de 2018 ao Palácio do Planalto. O PSL seria Livres, mas o filho de Luciano, Sergio Bivar, não obteve a liberdade que imaginava para reconstruir o sonho de uma agremiação nerd como pretendia e mudar a sigla. A experiência política paternal falou mais alto.
Agora está faltando a terceira perna da tríade, que poderá ser Rodrigo Maia, atual presidente da Câmara dos Deputados, que surge como opção pelo caminho do meio aos quase 70% de eleitores que não querem saber de Lula nem de Bolsonaro. Votos indecisos, brancos e nulos seguirão assim por muito tempo e vão decidir quem será o próximo presidente brasileiro. Enquanto isso Lula joga para a torcida e Bolsonaro, agora liberal, tenta reunir a pipoca. A grande vantagem do deputado capitão é que ele não tem qualquer apego a orientações ideológicas, segundo sua biografia, após ter estado filiado a dez partidos políticos diversos.
Maia, low profile, cumpre um cronograma político elaborado e corre por fora. Michel Temer vai avaliar se sua saúde e a atenção que a família certamente merece são mais importantes que as reformas que fazem seu celular tocar a cada minuto, enquanto seu médico de plantão grita que o corpo não está suportando a pressão.
Rodrigo Maia, caso assuma a presidência nas próximas semanas, poderá caminhar para uma reeleição pelo voto. A engrenagem está nas mãos dele. Enquanto Lula define qual o CEP pretende usar, se o de Atibaia ou Guarujá, caso não receba outro no dia 24 pelo TRF4, e Bolsonaro tenta sossegar em seu último partido e descansar armas em temas odiosos, a tríade cria muitas dúvidas aos eleitores.
A outra Tríade, a chinesa, surge como uma realidade muito mais tranquila e organizada. Quem diria. Os commodities do recente regime vermelho nacional que receberam as grifes Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS, BNDES, Petrobras e outras, caíram nas bolsas.
No outro pé, Bolsonaro já disse que vai ser candidato sem receber um único centavo de ninguém e percorrer o Brasil levitando em suas perseguições às minorias. Pura magia. Na terceira perna, Rodrigo Maia pode emendar muitas saídas para fugir dos extremos e gastar os 70 milhões de reais permitidos pela lei eleitoral para dizer aos brasileiros que a guerra acabou. Que o Brasil não suporta confrontos. Que o eleitor quer a paz. Que Deus o colocou entre o Santo e o Diabo. Que é dele o caminho do meio.
E assim, mais uma vez, enfrentamos a dúvida eterna: sem saber quem é o Santo e quem é o Diabo, quem merece nosso voto? Eunuco pode ser uma opção confortável…