O presidente da República tanto fez (ou tentou fazer) contra a democracia que acabou virando alvo de queixa-crime por pregar uma ditadura de direita em detrimento da democracia. Vendeu a imagem de Sólon com que foi eleito e comprou falsas fantasias com nuances nazifascistas. Gradualmente cambiante, vai, agora cambaleante, responder no Supremo Tribunal Federal por denúncias falsas, abuso de poder político e econômico, promotor de fake news e insuflador de atos antidemocráticos.
Como Nero, ele pretendeu fazer do Brasil uma grande fogueira. Mas seus discípulos debandaram e hoje estão restritos a 20% do eleitorado. Em número quatro vezes maior, os bombeiros da liberdade prometem transformar em cinzas toda a arrogância de um capitão que se mostra cada vez mais esquizofrênico.
A abertura de ação contra os atos criminosos de Jair Messias Hitler Mussolini Bolsonaro foi aprovada por unanimidade pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral na segunda-feira, 2. As acusações em forma de queixa-crime já chegaram ao Supremo Tribunal Federal. O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, é conhecido por não engavetar nada. E como verdadeiro emissário de Thêmis, vai usar de pulso firme.
Augusto Aras, se tentar criar empecilhos, terá sua cabeça colocada em uma bandeja como a de João Batista; subprocuradores, indignados com a subserviência do PGR, farão o papel de Herodes. E Braga Netto, se abrir a boca, terá a língua cortada; se pensar em reagir, perderá não só os anéis, como os dedos, ficando incapaz de disparar sequer um traque de massa. Os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, que estão à frente de instituições de Estado, e não de um governo, agirão como Pôncio Pilatos.
Esse é o Brasil pós-recesso do Judiciário e do Legislativo nesse meio de ano da Graça de 2021. Agosto começa colocando o capitão contra a parede. Ninguém em sã consciência permitirá que ele haja como um desordeiro que transpira balbúrdia. O Brasil ainda pode ter comando. Basta que a sociedade cobre providências ao Congresso e ao Judiciário. Os militares, fieis depositários da Constituição e tomados pela emoção que ecoa nas ruas, agirão com a razão. E Hamilton Mourão, é o que se espera, não se venderá por 30 moedas. O poder emana do povo. O povo quer ouvir Haia. E ver o genocida atrás das grades.