Lula quase melou tudo
‘Jango fugiu em 64 e a democracia foi restabelecida’
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emO título desta matéria interpreta em linhas gerais a manchete do jornal O Globo nas derradeiras horas de março de 1964, quando aconteceu a ascensão dos militares ao comando do Brasil. Até hoje o fato recebe diversas denominações de acordo com a freguesia: movimento militar, golpe, intervenção, revolução. Seja o que for, ou o que tenha sido, os destinos do país estiveram sob o comando de generais por 21 anos. Entre eles, um que conquistou fama por ter reconhecida artimanha em estratégias geopolíticas, general Golbery do Couto e Silva.
As matérias da mesma época devem ser conhecidas pelas novas gerações. Especialmente aquelas que integram movimentos radicais, como urinar – alguns até recorreram ao número 2 – em portas de igrejas. Manchetes dos jornais da época: O DIA “Fabulosa demonstração de repulsa ao comunismo”; JORNAL DO BRASIL “S. Paulo adere a Minas e anuncia marcha ao Rio contra Goulart”; DIÁRIO DE NOTÍCIAS “Marinha caça Goulart”; TRIBUNA DA IMPRENSA “Democratas assumem comandos militares”; ESTADÃO “Vitorioso o movimento democrático”. E ainda as edições extras das revistas: FATOS & FOTOS “A grande rebelião”; O CRUZEIRO “Edição histórica da revolução”; MANCHETE “Um milhão de cariocas na marcha da liberdade”.
Ué… devem estar perguntando os estudantes atuais aos seus mestres nas universidades: “O que deu ruim, se hoje quase a totalidade da imprensa trata a eleição de Jair Bolsonaro como um sintoma de ditadura?” Cada um com a sua tese, nem sempre isenta de paixões ou de segundas intenções, realidade mais frequente após a era Lula.
O general Golbery, que não era nenhuma unanimidade entre seus pares, gozava de especial atenção por seus movimentos e ingerência sobre os presidentes colegas de farda que assessorava. Foi uma espécie de Olavo de Carvalho de Bolsonaro ao contrário, no sentido alvitreiro. Discreto, fundou o Serviço Nacional de Informações – SNI, que depois declarou ter “criado um monstro”. Hoje a Abin substitui o SNI na tarefa de escarafunchar a vida alheia.
Observar o passado examinando os fatos históricos seguintes, faz com que muitos acreditem que o erro maior não foi criar o SNI, mas colocar à frente do processo de redemocratização um cidadão chamado Luiz Inácio Lula da Silva, após construir a saída dos generais da Presidência e devolver os três poderes constitucionais à população por meio de eleições. Não que ele tenha feito isso sozinho. É inquestionável que este último palpite, de criar uma liderança a partir dos movimentos sindicais, deu ruim, como dizem os novos rebeldes filhotes do YouTube.
Golbery inventou Lula e morreu arrependido. Seus fundamentos à época eram de que a esquerda, fragmentada pela guerra entre os quarteis e os terroristas, após a derrota comunista em 64 e das guerrilhas subsequentes, deixaria um vácuo que deveria ser ocupado por alguém que exercesse autêntica liderança civil, sem o viés comunista. Mas o esperto Lula fingiu ter sido doutrinado pelos militares nos sofás dos gabinetes do poder que tanto frequentou.
O general bruxo que costumava não cometer erros, havia previsto o fim da Cortina de Ferro. Morreu pouco antes da queda do Muro de Berlim. Mas o que ele não foi capaz de prever é que o Partido dos Trabalhadores, fundado em 1980, exatamente para ser um vetor e abrigo aos estilhaçados partidos clandestinos, quase dizimados pelos militares, viessem ressurgir e ganhar notoriedade pelas mãos do próprio Lula da Silva. Tinha plena noção de que eles sobreviveriam, mas não que ocupariam espaços de destaque no futuro. Confidenciou certa ocasião a um colega de farda, vizinho de seu sítio na pequena cidade de Luziânia, em Goiás: “Esses comunistas são como as baratas, vão sempre existir em todos os lugares”.
A abertura política e a nova Constituição de 1988, consideradas por muitos uma aberração, produziram aquele que seria o maior pesadelo para a democracia. E tinha um vício de origem. O primeiro presidente foi José Sarney, inventor da loja de conveniências, que pulou para o partido dos generais, a Arena, e aguardou a morte de Tancredo Neves para ser o ocupante do Palácio do Planalto, na qualidade de vice, sem receber um único voto. Os anos seguintes todos conhecem até que a invenção de Golbery tomou forma definitiva e virou presidente da República.
Lula conseguiu agravar os pesadelos do general cabeção. Reconstruiu todos os partidos de esquerda em uma única marca chamada PT, abrigou antigos assaltantes de bancos, matadores de inocentes, sequestradores de embaixadores, torturados, exilados. Entre eles, Dilma Rousseff e José Dirceu. E aí se perdeu. Os velhos comunistas deram nova orientação ao partido da estrela vermelha, dividiram a igreja, conquistaram empresários, escravizaram gabirus e votos com mesadas, promovendo a maior pilhagem registrada no mundo moderno.
A megalomania chegou a patrocinar a fundação de uma região intercontinental totalitária, com ditaduras que iriam da Venezuela ao Uruguai, de Angola a Moçambique. Com a supervisão de Cuba, naturalmente, amada pelos artistas ruanetistas, comunistas escargot. Golbery poderia nos ter deixado sem essa. Melhor, sem esse Lula.
Ivani Silva da Luz, juíza da 6ª Vara da Justiça Federal em Brasília, proibiu na sexta, 29, comemorações pelo 55º aniversário da revolução, ou golpe, ou movimento, ou intervenção, atendendo ação da Defensoria Pública da União – DPU. Curioso é não haver ação exigindo o fim de manifestações em torno do cadáver de Marielle – comunistas adoram um cadáver para chamar de seu -, covardemente assassinada por elementos do mesmo gueto que frequentava.
Os 55 milhões de brasileiros que baniram os comunistas atuais que assaltaram o Brasil, Dra. Ivani, prometem que vão comemorar, sim. Nas suas casas, nas portas dos quarteis, nos parques, nos escritórios. É que eles querem um país democrático, que incomodados petistas e seguidores não querem, independente do poder que paga seus salários. Afinal, quem paga os poderes que pagam os salários de seus servidores são esses mesmos milhões de brasileiros. A maioria.
Descanse em paz, Golbery. Aqui na terra tão jogando futebol. E o Paulo Francis aproveita pra também mandar lembranças.