Marta Nobre, Edição
O ex-casal 20 da presidente Dilma Rousseff (Gleisi Hoffman, senadora petista e Paulo Bernardo, ex-ministro das Comunicações) está em maus lençóis desde a sexta-feira, 6, com a decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou os dois ao Supremo Tribunal Federal em um dos processos da Operação Lava Jato.
A mesma ação envolve o empresário Ernesto Kugler, supostamente ligado ao casal. Os três são acusados de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por suposto recebimento de valores desviados da Petrobras para a campanha de Gleisi ao Senado em 2010.
A denúncia agora precisa ser analisada pela Segunda Turma do Supremo. Se os magistrados decidirem receber a denúncia, Gleisi e Paulo Bernardo vão virar réus em na ação penal. O caso está tramitando no STF porque Gleisi tem foro privilegiado por ser senadora.
Janot afirma que delações premiadas da Lava Jato e provas obtidas a partir delas apontam indícios suficientes do envolvimento do trio em atos de corrupção.
Se Gleisi, Paulo Bernardo e o empresário Ernesto Kugler se tornarem réus, terá início, então, a fase de coleta de provas e testemunhos. Só depois de concluída a etapa de instrução e produção de provas é que o Supremo julgará se eles serão condenados ou absolvidos.
Segundo o Ministério Público, Gleisi é acusada de receber R$ 1 milhão em propina do esquema de corrupção que atuava na Petrobras. A senadora petista foi citada nas delações premiadas do doleiro Alberto Yousseff e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Antonio Carlos Pieruccini, um novo delator da Lava Jato, disse que transportou o dinheiro, em espécie, de São Paulo para Curitiba em quatro viagens e que entregou a quantia para Ernesto Kugler, que seria próximo de Gleisi.