Ainda não será agora que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB) se livrará das investigações por sua suposta participação no Petrolão. Porque, a depender do pedido da Procuradoria-Geral da República, o Supremo Tribunal Federal dará continuidade de inquéritos contra políticos citados na Operação Lava Jato.
Segundo a procuradoria, há indícios para o prosseguimento das investigações não só contra o presidente da Câmara, mas também dos senadores Antônio Anastasia (PSDB-MG), Valdir Raupp (PMDB-RO), o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão, da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney e contra o vice-governador da Bahia João Leão.
O parecer da PGR foi motivado por recursos dos investigados para arquivar os inquéritos sob a alegação de falta de indícios para o prosseguimento das ações. Para a procuradoria, é necessário o aprofundamento da investigação.
“A finalidade do inquérito é justamente angariar elementos que forneçam justa causa para a ação penal. Somente se instaura o procedimento investigatório quando os elementos ainda não forem suficientes para o oferecimento, desde logo, da ação penal. A existência de diversas diligências a cumprir apenas reforça, pois, o absoluto desacerto da pretensão”, informa a procuradoria.
Os inquéritos contra parlamentares foram abertos no Supremo, no dia 6 de março, com base nos depoimentos de delação do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.