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Jeep, habilitação, a surpresa e a presteza de Walmores, primeiro diretor do Detran

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José Escarlate

Um dia, durante o café da manhã na “república” da Agência Nacional, na 411 Sul, Maurício Vaitsman, que comandava o núcleo daqui, me chamou e perguntou se eu possuía carteira de motorista. Como eu andava o dia inteiro montado na boléia de um jeep, Maurício quis checar a coisa, antes de dar galho. A resposta foi negativa então ele determinou que eu me apresentasse no serviço de trânsito, no Setor Policial Sul, no mesmo local onde fica hoje a Academia de Polícia Militar.

Chegando lá, preocupado em ter que pagar alguma coisa, procurei pelo inspetor Walmores Barbosa sendo informado por ele de que tudo já fora acertado. A Agência Nacional pagara a taxa de inscrição e o exame de motorista seria feito no dia seguinte, com o próprio inspetor Walmores, no mesmo local, às 8 horas da manhã.

No dia seguinte, numa camioneta Chevrolet negra de chapa branca da Agência, do tipo que nos anos 60 era usada pela Rádio-Patrulha, no Rio, lá estava eu fazendo meu exame de motorista com o inspetor Walmores Vitorino Barbosa. Era o dia 21 de julho de 1960.

Compenetrado, obedecia religiosamente suas indicações. Subia, dava marcha a ré, parava o carro em declive, e fazia os sinais regulamentares com as mãos e o braço virado para cima, que indicava virar à direita, o que hoje não existe mais. As setas dos carros modernos mudaram até o exame de motorista. Só que, depois, ainda tinha uma prova oral, que derrubava muita gente, e as famosas balizas. Passei com louvor e três dias depois fui buscar o que os paulistas chamam de minha carta de motorista. A carteira, enorme, tinha como data de emissão 21/07/1960, com o número 220-A.

Quando olhei mais abaixo, no final do documento, quase caí para trás. Na assinatura constava o nome de Walmores Vitorino Barbosa, e o cargo: Diretor-Geral do Departamento de Trânsito do Distrito Federal. Eu nem desconfiava, mas o doutor Walmores foi o primeiro diretor-geral do Detran DF. Anos mais tarde, aposentou-se como delegado da Polícia Federal e diretor da Polinter. Foi outro bom amigo que fiz em Brasília. A minha carteira de motorista prova o meu pioneirismo.

PV

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