O jeito de governar do PT cheira a mais completa degradação moral. Ilícitos praticados por ele, para petistas e aliados não são ilícitos. E quando alguém tenta legalizar algo que no Brasil é praticado, escancaradamente, de forma irregular é taxado de reacionário, de direita, de membro da elite branca e de outros adjetivos pejorativos e ultrapassados pelos que já foram esquerdas.
O projeto da Terceirização, já foi aprovado na Câmara, mas no Senado o presidente Renan Calheiros promete “sentar em cima”. Entidades que já não gozam de credibilidade junto a sociedade tentam fazer barulho em torno do projeto. Usam “argumentos que não têm qualquer amparo na realidade” para contestá-lo.
Entidades tipo UNE, sindicatos, CUT e outras Centrais, que se transformaram em tentáculos do governo, jogam confusão na “cabeça dos trabalhadores”. Levam alguns “gatos pingados às ruas”, financiados com a contribuição sindical obrigatória para protestarem contra o projeto, mas não dizem que o governo, ao qual servem, usa a terceirização para explorar e, até escravizar. O governo é o maior “terceirizador” do país. E o faz de forma ilegal, porque não existe lei que regulamente a questão. O governo não só terceiriza, como até “quarteiriza”.
A Petrobrás, a Caixa, o Banco do Brasil, outras estatais e a administração direta terceirizam. A terceirização está presente, ilegalmente, na saúde, educação, na segurança e em outros setores de serviços públicos essenciais.
Sob o pretexto de agilizar as obras da “famigerada” copa, o governo arrumou, urgentemente, a lei RDC – Regime de Contratação Diferenciada. Entregou as obras as grandes empreiteiras e essas fatiaram entre pequenas, algumas sem nenhuma qualificação técnica. As aberrações aconteceram e, até trabalhadores morreram em serviço. As famílias de alguns que perderam a vida lutam para receberem os seus direitos e não sabem quando receberão Tudo porque se encontram num jogo de empurra-empurra. Isso é a terceirização ilegal.
O caso dos médicos cubanos é descaradamente não somente um caso de terceirização, como também de escravidão. Tem também os casos de “estagiários”, presentes em repartições públicas. Esses recebem menos de um mínimo, não possuem nenhum direito trabalhista e muitos são colocados para desempenharem atividades fins que nada têm haver com a profissão que escolheram. Tem muitos mais casos, mas vamos ficar apenas nesses. O espaço aqui é curto.
E por que tanta fúria das entidades atreladas ao governo em relação ao projeto? É simples! O governo só tem mentido e vem tirando direitos dos trabalhadores. O governo sofre um grande desgaste junto à população brasileira. E as entidades pelegas foram “convocadas” para ajudar a reverter a situação. Viram no projeto uma forma de desviar o foco. Elas sabem que a terceirização é uma realidade e, por não ser legalizada chega a ser escravizante.
E tem mais uma: as entidades atreladas veem no projeto a abertura de um novo caminho para a organização dos trabalhadores e que ferem seus interesses. O projeto forçará inovações nas relações associativistas, regulamentará relações entre o capital e trabalho até então desregulamentadas. O projeto ameaça a unicidade e, a contribuição sindical obrigatória; ameaça regalias vividas por dirigentes sindicais pelegos. Sindicatos hoje, praticamente, só desempenham funções “cartoriais”. Já não são mais sinônimos de luta.
Tais entidades conhecem a realidade na qual o país está metido, mas fingem desconhecê-la. Em outras ocasiões, tais entidades estariam nas ruas lutando contra o governo que tira direitos dos trabalhadores em nome de um ajuste fiscal. Mas agora o momento é outro.
Dirigentes pelegos querem continuar “mamando nas tetas de um governo” que mente e pretende institucionalizar “ilícitos”, desde que atendam ao seu projeto de poder. O mesmo projeto da “pelegada”. Eles, governo e “pelegada” não se “preocupam com o amparo da realidade” em leis. A realidade é só a deles. A eles só interessa a inversão de valores.
Fernando Antônio de Almeida