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Geraldo Seabra Escreve

João ataca Raquel e abre corrida para eleição de 2026 em Pernambuco

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Geraldo Seabra - Foto de Arquivo

O prefeito reeleito do Recife, João Campos (PSB), atacou a governadora Raquel Lyra (PSDB) e desfechou com antecedência de dois anos a campanha para eleição do próximo governador de Pernambuco, o que ocorrerá somente em 2026. Pretendente ao cargo de Raquel, que buscará a reeleição, Campos afirmou que ela teve “o pior desempenho de um governo (estadual) em eleições municipais”.

Joao Campos também não poupou críticas ao PT, que ele alijou da eleição do Recife em um acordo com o presidente Lula, negando ao partido a vaga de vice na sua chapa e atacou o apoio do partido na eleição de São Paulo ao deputado Guilherme Boulos (PSOL) que “mudou posições para buscar votos e que “as pessoas veem isso”, enfatizando que não é possível “ter um discurso que caiba na eleição”.

“A prática tem que caber no que você fala e o que você fala tem que caber na sua prática. […] 19 anos que ele se posiciona de um jeito e em um ano ele revisita tudo e muda de posição”, disse.

Namorado da deputada Tábata Amaral (PSB), derrotada ainda no primeiro turno na eleição da capital paulista, disse que ela fez “a melhor campanha de São Paulo” e que teve uma “vitória política”, enfatizando que era a candidata que deveria ter ido para o segundo turno, com condições para vencer o pleito.

As afirmações do prefeito reeleito do Recife foram feitas durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, na última segunda-feira (28), que teve grande repercussão na mídia local, onde Campos desfruta de generosos espaços e onde foi publicada a degravação do que falou aos jornalistas paulistas, que não verificaram os números que ele desfilou na entrevista.

Ele considerou uma vitória o fato do seu partido ter eleito um prefeito a menos que o PSDB de Raquel Lyra, mas a governadora ainda tem a seu favor o apoio de 120 dos 184 prefeitos eleitos em Pernambuco, além da maioria dos prefeitos da Região Metropolitana do Recife, ampliada com o deferimento da candidatura de Lula Cabral (SD), no Cabo de Santo Agostinho

.“A gente obteve a maior vitória de uma oposição na história do estado de Pernambuco. Em média, você tem os governos de 2000 pra cá com uma base de 120 prefeitos pelo menos. Quando você pega o arco de alianças formais (nas eleições de 2024) dá menos de 90 prefeitos na base do governo e 91 na oposição. Isso é um resultado nunca antes alcançado. Dos 10 maiores colégios eleitorais, 6 prefeitos ligados ao nosso conjunto, 3 ligados ao conjunto do governo e o prefeito Mano, do PL, de Jaboatão”, afirmou.

“Nunca, na história, você teve um partido de oposição sendo o mais votado. […] O fato é que é o melhor desempenho da história da oposição e o pior desempenho da história de um governo, além de uma vitória ampla que nós tivemos na capital. Você tem as grandes cidades com a maioria dentro da Frente Popular, a maior base de oposição da história das cidades”, completou.

A governadora Raquel Lyra está em viagem a Portugal e seu grupo político não comentou a entrevista de João Campos. Em sua defesa, o deputado Mendonça Filho (União Brasil), ex-ministro da Educação, afirmou que as declarações do prefeito representam um “negacionismo eleitoral” ao tentar negar uma “vitória consagradora” da governadora nas eleições municipais.

“Negar que Raquel foi a grande vencedora da eleição municipal no estado é o mesmo que contestar que João Campos teve uma votação histórica e consagradora no Recife (com 78,12% dos votos). O prefeito não pode usar sua vitória no Recife como argumento para negar a vitória consagradora da governadora em todas as regiões do Estado”, afirmou.

Para Mendonça Filho, o governo do estado teve um desempenho “espetacular” no pleito municipal. Ele acusa o prefeito de praticar “malabarismo para criar uma tese” e “agride a verdade dos fatos”., porque coloca na conta da oposição a vitória de prefeitos de partidos como o União Brasil, só porque o partido o apoiou no Recife.

Nas contas de Mendonça Filho, a base do governo elegeu 125 prefeitos dentre os 184 municípios de Pernambuco. Esse número também foi referendado pelo presidente do Diretório Estadual do PSDB, Fred Loyo: “O nosso cerco de alianças é muito maior do que o prefeito chama de ‘alianças formais’ e, com isso os nossos prefeitos que contaram com o apoio da governadora Raquel Lyra foram 126 prefeitos. É um número muito importante para primeira eleição dela dois anos depois”, afirmou.

Em entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, Loyo disse que o PSDB, que nas eleições de 2020, elegeu cinco prefeitos obteve agora o seu maior resultado no estado. “Elegemos 31 prefeitos no primeiro turno e elegemos um prefeito no segundo turno. Então, nós temos hoje 32 prefeitos. [É] fato, não tem discussão sobre isso”, completou.

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