A Secretaria de Saúde vai enfrentar a resistência bacteriana nos hospitais de Brasília com a padronização dos protocolos de atendimento e o reforço nos métodos de higiene dos profissionais de saúde e dos ambientes e no uso racional dos antibióticos. Além disso, estará garantido o abastecimento de equipamentos de proteção dos profissionais.
As medidas foram a nunciadas nesta terça (9) pelo secretário de Saúde João Batista de Sousa, ao revelar que há estoque suficiente para atender a demanda.. “O material está garantido para os próximos seis meses; quando acabar, já teremos para os seis seguintes”, disse.
O plano, segundo João Batista, começou a ser elaborado em abril, após o alerta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de que havia registro de aumento da resistência bacteriana em todo o País. O secretário explicou que o documento contém ações estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde e adotadas na rede pública de Brasília, mas que precisam ser reforçadas com as equipes que lidam diretamente com o paciente.
“Precisamos ter mais rigor no cumprimento dos protocolos, como a higienização das mãos dos profissionais antes e depois do contato com o paciente e o uso correto de catéteres e de outros procedimentos invasivos”, reconheceu o secretário.
O infectologista do Hospital Regional de Santa Maria Paulo Cortez explica que os treinamentos são contínuos e que o plano reforça a importância de se cumprir rigorosamente todas as etapas e os prazos. “As medidas de segurança precisam ser repassadas, revisadas e aprimoradas constantemente”, disse. Isso envolve os profissionais de saúde e os responsáveis pela limpeza das unidades.
Outro item previsto no plano é a realocação de farmacêuticos clínicos da rede para atuar nas unidades de terapia intensiva, áreas mais suscetíveis à proliferação das bactérias multirresistentes. “Vamos trabalhar no uso racional de antibióticos; a presença desses profissionais nas áreas de risco vai garantir a administração da dose e do tempo corretos do medicamento”, informou Cortez. O uso contínuo do remédio é uma das causas para o crescimento da resistência bacteriana no Brasil e no mundo, segundo o especialista.