A Secretaria de Saúde do Distrito Federal corre contra o tempo para colocar a casa em ordem. A prioridade é torar o setor da UTI em que se encontra desde o governo passado. O caos foi implantado, mas há instrumentos capazes de corrigir os erros com precisão cirúrgica. É o que diz o secretário João Batista de Souza.
As medidas em andamento são muitas. A primeira, emergencial, foi tomada na terça-feira 20, com a liberação de 10 milhões de reais para reabastecer a rede de saúde pública do Distrito Federal. Ao mesmo tempo, estão sendo adotados mecanismos para suprir a carência de recursos humanos.
Do repasse de R$ 10 milhões, parte desses recursos (exatos 4 milhões183 mil) já foram destinados à compra de material de consumo e de medicamentos, além de pequenos reparos nas unidades, por meio do Programa de Descentralização Progressiva das Ações de Saúde. Isso permite que coordenações e hospitais façam investimentos diretos de acordo com a necessidade.
Para recompor os quadros de pessoal, diz João Batista, estão praticamente prontas para serem editadas três portarias que determinarão o retorno de servidores cedidos a outros órgãos e unidades da Federação. Um termo de cooperação técnica entre a Secretaria de Saúde e o Ministério da Saúde servirá para dar lastro a todas as iniciativas.
– Outras medidas de parceria com o Ministério da Saúde serão adotadas no decorrer dos próximos dias, garante João Batista. A ideia é que o reforço do governo federal seja na área de gestão e não inclua o envio de médicos e enfermeiros.
Ainda de acordo com João Batista, o restante dos R$ 10 milhões recebidos também já tem destino certo, como a compra de cerca de 150 medicamentos de suporte à vida prioritários – antibióticos, analgésicos e diuréticos – que, aos poucos, já começam a chegar às unidades de saúde. O recurso também foi usado para o pagamento de fornecedores de óleo e gás das caldeiras dos hospitais.
Uma das preocupações de João Batista é o atendimento aos pacientes. Para isso, ele não medirá esforços no sentido de disponibilizar para esse serviço a totalidade do efetivo do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu).
Esse rol de iniciativas estava em gestação mesmo antes do decreto de situação de emergência na área da saúde pública, anunciada pelo governador Rodrigo Rollemberg no início da semana.
– Nós já estávamos em situação de emergência, só não estava decretada, lembra o secretário.
Nesse sentido ele recorda que a falta de medicamentos e de insumos já foi registrada por sindicatos e pelo Conselho Regional de Medicina há quatro, seis meses.”O desabastecimento foi uma coisa progressiva, então o reabastecimento também será progressivo”, sublinhou.
Felipe Meirelles