No que depender do apelo do jurista Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo perderá o emprego. Recaem suspeitas sobre o ministro, depois de ele ter recebido em seu gabinete advogados de empresas denunciadas no esquema do Petrolão.
– Nós, brasileiros honestos, temos o direito e o dever de exigir que a Presidente Dilma demita imediatamente o Ministro da Justiça, postou o ex-presidente do Supremo em sua conta no Twitter.
Joaquim Barbosa pediu mobilização popular para derrubar o ministro depois das notícias veiculadas pelo jornal O Globo, indicando as audiências que Cardozo recebeu em seu gabinete três advogados representantes da Odebrecht, construtora envolvida na operação Lava-Jato.
O ministro teria encontrado também outros advogados de construtoras como a UTC e a Camargo Corrêa, segundo informou o jornal a Folha de S. Paulo.
De acordo com alguns advogados, a situação dos 11 presos teria mudado com a recente decisão do STF de manter livre o ex-diretor de Serviços da estatal, Renato Duque, e que há, pela primeira vez, chances de eles serem soltos.
Outros defensores, contudo, não creem que Cardozo tenha influência no tribunal, ainda que o PT tenha indicado sete ministros.
Cardozo confirmou que se encontrou com Sergio Renault, mas negou que eles tenham conversado sobre a Operação Lava Jato. Renault, por sua vez, contou que foi ao ministério para almoçar com o advogado Sigmaringa Seixas, ex-deputado do PT.
Ambos negaram ter discutido o assunto com o ministro. A assessoria de imprensa admitiu que Cardozo se reuniu com outros advogados da Lava Jato, mas informou que desconhecia os seus nomes.