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De lá para acolá

Jogada de mestre de Rosso tira Pacco da maré de Rollemberg

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Autor/Imagem:
Antônio Albuquerque

Toquinho, o músico, fez-se grande pelas mãos de Rogério Rosso, o deputado, e provocou um tropeço de Rodrigo Rollemberg, o governador, em sua caminhada à reeleição. É um trocadilho. Lá vem o pato, pato aqui, pato acolá; lá vem o pato para ver o que é que há.

No caso da batalha eleitoral que se trava em torno da sucessão em Brasília, o mais novo personagem é Marcos Pacco, ex-homem de confiança do Palácio do Buriti. Não que ele pretenda disputar a cadeira do ex-chefe. Vai, sim, tentar ajudar – e muito – Rosso, o neo-aliado, a chegar ao governo.

Rogério Rosso fez uma jogada de mestre. Vai se licenciar da Câmara dos Deputados, onde é um dos mais influentes parlamentares, para se dedicar inteiramente à sua campanha. Se tivermos segundo turno em Brasília, e se Rosso avançar nas urnas, serão três meses para Pacco, suplente do deputado do PSD, mostrar outras das suas habilidades.

Presidente regional do Podemos, partido que foi tirado das mãos de Eliana Pedrosa, hoje no Pros, por artimanha do próprio Rollemberg, Marcos Pacco decidiu sair dali (do aconchego do Buriti) para ir acolá, onde circulam outros astros no universo que tem Rosso como estrela maior.

Rollemberg sentiu o golpe. Afinal, Pacco foi aliado de primeira hora do governador. Chegou mesmo a integrar ao longo dos últimos três anos cargos influentes na estrutura do Governo.

Basta lembrar que a ele foi confiada a então poderosa Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social, até ser extinta em 2015, na primeira reforma administrativa promovida pelo então secretário da Casa Civil Hélio Doyle. Mas, como sabia nadar em águas turvas – como um pato -, Pacco não ficou abandonado. E virou administrador de Brasília, substituindo no cargo Igor Torkaski, outro xodó de Rollemberg.

O tempo passou. E vendo que o barco do timoneiro Rollemberg começava a fazer água, Pacco pulou fora. Usou pés de pato e nadou em direção a Rosso, que acenava com cesta básica onde se destacavam como ingredientes desde caracóis a frutas frescas. Por sinal, alimentos preferidos dos patos. Como sobremesa, para evitar naufrágio em uma aventura eleitoreira, um barco inflável cheio de votos.

Na aliança do Podemos com o PSD de Rogério Rosso (que tem ainda o PPS do senador Cristovam Buarque), Pacco vai disputar a cadeira que ocupará como suplente pelos próximos 120 dias. Se tudo der certo, ele, que tanto mamou na loba, espera não ter que pagar o pato quando os votos forem contados.

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