O jogador de futebol Luiz Antônio deixou a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) por volta das 16h desta quinta-feira (14), após prestar depoimento por quase duas horas. De acordo com o advogado do jogador, Michel Assef, o jogador voltará a treinar normalmente. “Ele vai treinar, vida normal”, afirmou.
O jogador não admitiu ser irmão de criação de um dos suspeitos de fazer parte da milícia e negou saber do envolvimento dele com o crime. “Nunca ia acreditar que um policial civil da ativa estivesse envolvido nisso. Conheço ele mas não sabia que participava da quadrilha” afirmou Luiz Antônio.
Segundo a policia, o meio-campo do Flamengo teria presenteado com um carro de luxo um dos chefes da maior milícia que atua no Rio de Janeiro. O pai do atleta, Luiz Carlos Francisco Soares, que fez registro de roubo do veículo em uma delegacia para que o filho recebesse o dinheiro do seguro, não compareceu a delegacia. Segundo o advogado do jogador, Luiz Carlos não chegou a ser intimado.
Se o fato for comprovado nas investigações, o jogador pode responder por estelionato e o pai, por falsa comunicação de crime. A acusação de formação de quadrilha também pode ser feita contra Luiz Antônio, caso fique provado que ele tinha elo com a quadrilha, que teve mais de 20 presos na quinta-feira passada (7).
Segundo a diretoria do clube, Luiz Antônio foi dispensado dos treinos até prestar depoimento na delegacia. Para a Polícia Civil, a situação do jogador e o pai dele está cada vez mais complicada.O número de jornalistas que acompanharam o treino do Flamengo na terça (12) foi maior que o de costume. O jogador, no entanto, não apareceu no Ninho do Urubu, o Centro de Treinamento rubro-negro, em Vargem Grande, na Zona Oeste da cidade.
De acordo com os agentes, pesa na investigação, o fato de o policial Alexandre da Rocha Antunes ter sido o responsável pelo registro de roubo do carro do jogador na delegacia. Alexandre e mais 21 pessoas foram presas em operação da Polícia Civil. De acordo com a investigação, ele costumava dizer no trabalho que era “irmão de criação” de Luiz Antônio.
As investigações revelaram ainda que o miliciano ficou apenas três semanas com o veículo para não chamar atenção dos policiais. Ainda de acordo com a polícia, na ocasião, o pai do jogador disse que o carro foi roubado por dois homens em uma moto, em Guaratiba, na Zona Oeste.