Não precisa ser perito para entender que há fraude no inquérito que investiga a morte de Marielle Franco, ex-vereadora pelo Psol do Rio, e do motorista dela Anderson Gomes. E, pior, há um possível envolvimento fraudulento do envolvimento do nome do presidente Jair Bolsonaro em toda toda essa história, segundo manifestação do ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro.
“Já implantaram uma testemunha falsa no processo para desviar o curso das investigações em relação aos verdadeiros assassinos e mandantes e que isso foi resolvido através de investigação da Polícia Federal. Vendo esse novo episódio em que se busca politizar a investigação, o melhor caminho é a federalização”, disse em entrevista à rádio CBN.
O ministro fez questão de reconhecer os méritos da Polícia Civil, mas destacou que investigação já dura um bom tempo e não chega ao final. “Não é um demérito das autoridades estaduais, mas é uma avaliação objetiva de que o melhor para esse caso seja a federalização”, insistiu.
Sérgio Moro também falou sobre as iniciativas no Congresso para tentar retomar a prisão após condenação em segunda instância. Ele ressaltou que a decisão do Supremo tem que ser respeitada, mas que isso não impede que o Congresso altere a norma que o STF interpretou.
O ministro destacou que há dois caminhos: um deles é o que pretende alterar alguns artigos da Constituição e o outro é de alteração da lei do código de processo penal. Questionado sobre qual deles possui um ambiente mais favorável para ser aprovado, Moro afirmou que apoia “qualquer caminho que volte à execução em segunda instância” e que a avaliação política cabe aos deputados e senadores.