Andressa Pereira Lins
Todos os dias somos bombardeados por pressões que surgem no trabalho, na família, nos amigos, na sociedade… Quando permitimos que ansiedade tome conta de nós, paramos de nos dedicar ao momento presente que é a coisa que temos, para nos PRÉ-OCUPARMOS com o futuro. Esta ocupação antecipada com algo que ainda não aconteceu e que pode nunca vir a ocorrer se chama ansiedade.
Segundo pesquisa de uma associação internacional voltada ao estudo do estresse, oito em cada 10 trabalhadores apresentam algum sintoma de ansiedade ao longo da carreira.
O significado mais aceito para ansiedade vem do psiquiatra australiano Aubrey Lewis que, em 1967, a descreveu como “um estado emocional com a qualidade do medo, desagradável, dirigido para o futuro, desproporcional e com desconforto subjetivo”.
Martin Seligman, pai da psicologia positiva, diz que quando permitimos que as emoções negativas relacionadas ao passado ou ao futuro influenciem nossa vida hoje, elas assumem o comando das nossas emoções. E o perigo de permitir que isso aconteça é muito maior do que a maioria de nós imagina, porque a ansiedade nos coloca em um constante estado de alerta e causa sofrimento emocional e físico, uma vez que afeta todo o nosso corpo.
A Biopsicologia, estuda a relação da biologia com o comportamento e os processos mentais. Ela também é conhecida como medicina corpo-mente, ou psiconeuroimunologia. A neurologista Candace Pert, uma das grandes pesquisadoras desta área, afirma que “Cada mudança de humor é acompanhada por uma cachoeira de “moléculas de emoção” – hormônios e neurotransmissores – que flui através do corpo, afetando todas as células. Cada célula humana contém cerca de 1 milhão de receptores para receber essas substâncias bioquímicas. Assim, quando estamos tristes, nosso fígado está triste, nossa pele está triste”.
Desta forma, permitir que a ansiedade nos domine afeta não só nossa saúde mental, como também a física. No Brasil, estima-se que 23% da população tenha algum tipo de distúrbio ansioso ao longo da vida. São eles: a síndrome do pânico, o estresse pós-traumático, as fobias, o transtorno obsessivo-compulsivo e o transtorno de ansiedade generalizada. A probabilidade de morrer de problemas cardíacos pode ser até 4 vezes maior para quem tem algum desses transtornos.
O que a maioria das pessoas não se dá conta, é que grande parte das coisas que nos deixam ansiosas hoje, podem nunca vir a acontecer. O escritor norte-americano Mark Twain dizia: “Os piores problemas que tive em minha vida foram aqueles que nunca ocorreram”.
Gaya Machado, Coach e palestrante especialista em psicologia positiva e desenvolvimento do potencial humano sugere três formas poderosas para neutralizar a ansiedade e a preocupação com o futuro:
1. Construa seu futuro hoje: Tudo o que temos é o dia de hoje, o amanhã, quando chegar, será hoje novamente. Portanto uma forma poderosa de combater a ansiedade e agir hoje para construir o futuro que você deseja. Se você quer mudar de emprego, comece a se capacitar e a fazer contatos. Se quer melhorar seus relacionamentos, faça um gesto de carinho hoje mesmo! O seu futuro vai acontecer, em grande medida, de acordo com os passos que você der hoje. Lembre-se qualquer pequeno passo que você der já te tira do lugar que você estava.
2. Aposte nas emoções positivas: Quando você constrói o seu futuro hoje, está certo de que fez a parte que lhe cabe, desta forma, a psicologia positiva orienta que alimentemos emoções positivas com relação ao nosso futuro, tais como otimismo, coragem, fé e confiança.
3. Não se deixe abater pelas circunstâncias: Pesquisas dão conta de que o nosso estado geral de felicidade é impactado em apenas 10% pelas coisas que nos acontecem, as circunstâncias, 50% deste total é guiado por nossa genética e 40% é escolha individual de cada um. Isso significa que você, através de seus pensamentos e atitudes, tem o poder de decidir se será ou não feliz. Portanto, aja hoje para construir o seu futuro, alimente emoções positivas em relação a ele e fique tranquilo de que, as coisas que te acontecem, ainda que não saiam como você gostaria, impactam em apenas 10% no seu índice de felicidade. É você quem escolhe ser feliz!