Jornalista do Washington Post preso no Irã admite que era espião
Publicado
emO correspondente do jornal americano Washington Post no Irã, Jason Rezaian, preso há quase sete meses em Teerã, sem nenhuma acusação clara, admitiu a prática de “atividades de espionagem”, afirmou nesta terça-feira um deputado ultraconservador iraniano.
O jornalista iraniano-americano, que colabora com o jornal desde 2012, foi detido em 22 de julho de 2014 com a esposa, Yeganeh Salehi, uma jornalista que foi libertada sob fiança, por motivos que nunca foram informados claramente.
Seu dossiê de acusação foi passado em janeiro ao tribunal revolucionário, que costuma julgar casos de crimes políticos ou relacionados com a segurança nacional. Nenhuma data foi anunciada para seu julgamento.
Os Estados Unidos, assim como as associações internacionais de defesa dos jornalistas, pediram sua libertação em várias oportunidades.
“As autoridades americanas afirmaram que Rezaian está detido há 200 dias sem qualquer processo, mas se eles escutassem suas confissões sobre suas atividades de espionagem no nosso país (…), entenderiam as razões de sua presença no Irã”, declarou o deputado de Teerã Hamid Resaie, citado pela agência de notícias oficial iraniana Fars.
O deputado denunciou no sábado “que certas pessoas no âmbito da presidência” iraniana teriam facilitado o acesso de Jason Rezaian e de sua esposa “aos locais mais sensíveis da presidência”. Sem citar nomes, questionou “um diretor” no âmbito da presidência.
O Washington Post considera estas acusações de espionagem “uma farsa e um simulacro”.