Linha e frente
Jovens da periferia no combate à emergência climática
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emO último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado no fim de fevereiro, soou o alarme: praticamente metade da população mundial – de 3,3 bilhões a 3,6 bilhões de pessoas – já vive em regiões ou contextos “altamente vulneráveis” aos impactos da mudança do clima.
A vulnerabilidade climática é maior em áreas pobres, com desafios de governança e acesso limitado a serviços e recursos básicos, agravando-se ainda mais por desigualdades de raça, renda e gênero. Em outras palavras, o IPCC revela que, nas cidades do Brasil e do mundo, as populações de periferias e favelas formam a linha de frente da crise do clima.
Essa realidade não é nova para os moradores desses lugares. Como revela o Painel do Clima, de 2010 a 2020, a mortalidade causada por enchentes, secas e tempestades foi 15 vezes superior em regiões mais vulneráveis do que nas menos vulneráveis. A situação pode piorar, visto que a ciência já identificou que o aquecimento global, provocado pela alta concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, aumenta a intensidade, duração e frequência dos eventos climáticos extremos.
Sentindo na pele os efeitos mais severos de um planeta mais quente, ativistas das periferias brasileiras têm se articulado para se fazer ouvir no debate climático nacional e mundial, frequentando espaços como as conferências do clima da ONU, as COPs. Durante o último mês, a Agência Pública conversou com quatro desses jovens.
De diferentes estados do país, eles trabalham para colocar as discussões sobre raça e desigualdade social no cerne da luta contra o aquecimento global e levantam a bandeira da justiça climática como crucial para que suas realidades sejam contempladas. Isso porque “quem mais contribuiu com a crise climática não é a galera que está sofrendo as suas principais consequências”, argumenta Amanda Costa, ativista e moradora da Brasilândia, em São Paulo. “Muitas vezes, não está atribuindo o nome técnico para isso, mas está num processo empírico – ou seja, nas vivências – sentindo o efeito dessa crise.”
Raça no centro da mesa
Amanda, de 25 anos, nasceu, cresceu e vive no Jardim Almanara, bairro do distrito da Brasilândia, no extremo norte da capital paulista. Formada em Relações Internacionais, começou sua trajetória de ativismo climático aos 21 anos na ONG Engajamundo, que atua preparando lideranças jovens para participar de processos políticos internacionais, como as COPs do clima, para as quais já foi por três vezes – incluindo a última, realizada em novembro na Escócia.
“Quando a gente pensa em justiça climática, estamos pensando em um sentido mais amplo, de que os países do Sul Global sofrem as principais consequências pelo modelo de desenvolvimento encabeçado pelos países do Norte Global”, diz ao lembrar que o termo leva em conta o cenário mundial de desigualdade. Entre as nações mais vulneráveis às mudanças do clima – que se organizam em um fórum e em blocos de negociação para defender seus interesses no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) – estão, por exemplo, os pequenos Estados insulares, que podem simplesmente desaparecer com o aumento do nível dos oceanos. A América do Sul, um dos “hotspots de vulnerabilidade climática” segundo o IPCC, tem como representantes no fórum apenas Colômbia e a Guiana – o Brasil ainda não o integra.
No entanto, há uma luta para que esse debate inclua também a perspectiva de raça. Isso traz para o centro da mesa as discussões sobre racismo climático, segundo o qual populações vulneráveis no campo e na cidade estão mais sujeitas aos efeitos do aquecimento global e são menos assistidas por políticas de mitigação e adaptação.
Normalmente, essas populações também têm acesso restrito a recursos e serviços ambientais básicos – como água limpa, saneamento e tratamento de lixo, por exemplo – e sofrem desproporcionalmente as consequências da degradação do meio ambiente, o que é conhecido como racismo ambiental. “Além dos países periféricos sofrerem as principais consequências da crise climática, dentro deles, a galera preta, que historicamente foi excluída e invisibilizada nessas discussões, está sofrendo os principais impactos”, destaca Amanda.
Na Brasilândia já é possível perceber esses efeitos. É lá, por exemplo, que fica a favela da Capadócia, onde 730 casas foram construídas na encosta de um morro. Segundo levantamento de risco hidrológico feito pela Defesa Civil de São Paulo, que analisou o grau de perigo a que estão submetidas moradias à beira de córregos e em barrancos, a Capadócia é a área de risco “muito alto” mais populosa da cidade.
“Geralmente, as ocupações que a gente chama de periferias ocorrem em regiões com maior inclinação ou muito próximas aos rios. É aí que os eventos extremos pegam”, explica o biólogo e professor da Universidade de São Paulo Marcos Buckeridge, que já foi autor de relatórios do IPCC e coordena o programa USP-Cidades Globais. Ele explica que, em encostas, o risco é agravado pelo desmatamento, que facilita o escorregamento de terra em caso de chuvas fortes. Já o problema das construções em áreas próximas aos leitos dos rios e mananciais são as enchentes. Ambos os cenários representam tanto ameaças materiais, com a destruição de moradias e infraestruturas fundamentais – redes de energia, água e transporte, por exemplo –, como também às vidas das pessoas.
No entanto, não é só quando ocorrem grandes tragédias que os moradores das periferias são impactados pelo aquecimento do planeta. Segundo Buckeridge, se nas cidades a temperatura média já é “entre 2 ou 3 graus maior” devido ao uso massivo de materiais como concreto nas construções e à impermeabilização do solo – fenômeno conhecido como ilhas de calor –, nas regiões mais pobres a situação é ainda pior por conta da falta de vegetação, o que acarreta problemas de saúde.
Em 2012, uma pesquisa da Unesp em parceria com o laboratório da Nasa já havia constatado que a discrepância de temperatura entre os bairros de São Paulo chegava a atingir a casa dos 14°C. “Há um tipo de construção muito compactado, que deixa pouco espaço para arborização, e isso aumenta ainda mais a temperatura”, aponta. Nesse sentido, “as periferias vão sofrer primeiro, e dentro delas, as crianças e idosos vão sofrer mais.”
Os moradores dessas áreas não se submetem a tais riscos por vontade própria, mas porque estão sujeitos a uma série de vulnerabilidades socialmente construídas, de acordo com a professora Norma Valencio, vice-coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas Sociais em Desastres (NEPED) da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar).
“Se os desastres contêm todos os ingredientes do modelo de desenvolvimento, com a política econômica de cada governo que vai fragilizando os direitos de cidadania, as potencialidades econômicas da comunidade e os compromissos do Estado em manter sistemas que devem estar presentes para as necessidades vitais e sociais da comunidade, quando ocorrerem os eventos extremos do clima, essa seria, entre aspas, a população preferencial do desastre, porque está em um grau de exposição a riscos de várias naturezas – geológico, eventos climáticos, violência e todo o tipo de insegurança, saúde pública”, avalia Valencio. “É claro que, quando ela se depara com esses gatilhos, será de uma forma cuja vulnerabilidade se expressará da maneira mais trágica possível. Por isso que [a questão] não é a chuva de 100mm, depende: se for em Alphaville [bairro nobre a 30 km de São Paulo], é um efeito, mas se for no Morro do São Carlos, no Rio de Janeiro [favela no centro da cidade], é outro.”
Vendo tudo isso acontecer no lugar onde vive, Amanda ajudou a fundar, em 2019, o Instituto Perifa Sustentável, cujo objetivo é mobilizar as juventudes das periferias do país a pensar soluções para problemas climáticos e ambientais em seus próprios territórios, como a questão do descarte do lixo – hoje, o projeto conta com articuladores em diversos estados. Apesar de, enquanto ativista, trabalhar em outras frentes – como consultoria de diversidade para empresas, palestras e produção de conteúdo nas redes sociais –, Amanda diz que o Perifa Sustentável é a parte que “faz seus olhos brilharem” justamente por envolver atuação em rede e ajudar na formação de novas lideranças climáticas de origem periférica. “Um dos objetivos que eu coloquei de vida é que não quero e não vou aceitar ser a única nesses espaços”, afirma. “Já defini que vou investir meu conhecimento, minhas vivências e conexões para fazer com que outras manas pretas de quebrada também acessem esses lugares.”
Ela defende que diversificar as vozes é condição fundamental para descolonizar as discussões sobre as mudanças climáticas, o que significa não somente valorizar outros saberes e perspectivas além dos ocidentais, mas colocá-los em posições de participação efetiva e tomada de decisão. “Pensar em algo que englobe todo mundo, que seja realmente inclusivo para além do discurso, é trazer pessoas diversas para mesa de debate”, aponta. “Como posso criar algo sustentável para a periferia se eu não sei a vivência de uma periferia, se não cresci numa periferia, se não sei quais são os desafios, os perrengues, os problemas de um ambiente periférico? Aí vou trazer uma solução neocolonizadora, uma visão elitista que vai funcionar enquanto eu estiver lá, mas a partir do momento em que me retiro, vai molhar o projeto, vai dar ruim, porque não é daquilo que o território necessita.”
Justiça climática, “o lugar onde me encontro”
A bióloga maranhense Karina Penha, de 26 anos, também acredita que a inclusão das periferias no debate climático só acontecerá pelas mãos de quem entende de verdade esse contexto. Ela foi criada e mora em São José de Ribamar, na região metropolitana de São Luís. Seu bairro não é totalmente urbanizado: as ruas não são pavimentadas – e viram um “lamaçal” em época de chuva, o que dificulta muito a mobilidade dos moradores – e não há saneamento básico. Realidade diferente da amiga Amanda, a quem conheceu no Engajamundo, onde já coordenou o grupo de trabalho sobre clima. Embora de lugares distintos, suas militâncias são movidas por forças parecidas.
“O que eu observava antes de discutir justiça climática eram pessoas que sempre foram marginalizadas se tornando culpadas pela crise do clima. A pessoa que andou de ônibus a vida inteira e quer comprar um carro quando tem condição se sentindo culpada. A pessoa que trabalhou a semana inteira, não teve um lazer, não almoçou direito, e no final de semana quer fazer um churrasco se sentido culpada por estar comendo carne”, analisa. “Por isso, para mim, faz muito sentido a justiça climática: não existe uma fórmula correta, existe você debater com as comunidades, entender seu estilo de vida e começar a cobrar quem de fato está sendo o mais culpado por aquilo, que são as indústrias, o governo, o sistema.” Ela reconhece o impacto de atitudes individuais, mas reforça: “o que você faz de mudança não vai ser o mesmo que funciona para uma pessoa que mora em um outro lugar, diferente do seu, e que tem uma vivência diferente.”
Ela relata sempre ter vivido as consequências do racismo ambiental, porém se reconheceu enquanto mulher negra justamente ao entrar em contato com as discussões sobre justiça climática. “Quando a gente começa a falar sobre desigualdades, sobre quem são as pessoas mais afetadas, a gente se vê. Você começa a se reconhecer: pera aí, é o que acontece comigo, com quem vem de periferia, de regiões do subúrbio”, narra. “Dentro da causa ambiental, é o lugar onde me encontro.”
Evangélica, foi na igreja que, ainda criança, Karina iniciou seu caminho de mobilização social a partir do trabalho voluntário. O interesse pelo meio ambiente, no entanto, sempre esteve ali. Quando era criança e escutava dos pais a famosa pergunta “o que quer ser quando crescer?”, já tinha a resposta no ponta da língua: ambientalista. “Não sabia nem o que significava, mas era uma palavra parecida com ‘ambiente’ – nem eles sabiam”, relembra, rindo.
À medida que foi crescendo, sentiu a necessidade de ampliar sua militância e se aproximou do Engajamundo, onde descobriu a pauta do clima. Mesmo antes dos 30 anos, já tem no currículo quatro COPs – em novembro passado, esteve em Glasgow – e o Muvuca, um projeto de ativismo climático para jovens amazônicos idealizado por ela na ONG Nossas, que cria estratégias de mobilização em diversas áreas.
A ativista também integra a iniciativa Fé no Clima, pelo qual o Instituto de Estudos da Religião (ISER) reúne lideranças religiosas de diferentes vertentes para pensar e discutir a crise climática. Karina – assim como Amanda, também evangélica – acredita que a militância sobre clima e fé podem andar juntas, o que seria especialmente importante nas periferias. “Observo o quanto, às vezes, o pastor ou o padre são os únicos líderes comunitários naquela região. As pessoas ouvem muito o que eles falam, são a referência delas”, conta. “A igreja é um lugar que, se tomasse essa pauta como própria, teria um impacto incrível nas comunidades.”
“Ser um ativista periférico envolve coragem e enfrentamento”
O ato de transformar a militância climática – e ser transformado por ela – não vem sem dor para os jovens que vivem na periferia. “É um processo de enfrentamento constante, porque inúmeros espaços debatem mudanças climáticas captadas a partir de outras lentes, mas são poucos os que de fato se propõem a escutar esses outros lugares”, aponta a pedagoga Ana Rosa Cyrus, de 25 anos. “É quase como se fosse um movimento de se reconhecer, de se encontrar enquanto um ativista que está circulando pelas pautas ambientais a partir da sua realidade.”
Mestre em Geografia, Ana Rosa é também diretora executiva do Engajamundo desde maio de 2021. Sua atuação como ambientalista, entretanto, começou bem antes, aos 19 anos, junto ao Coletivo Jovem de Meio Ambiente do Pará, em Belém, cidade onde nasceu e morou até se mudar para Manaus há alguns meses por motivos profissionais.
Há anos na caminhada, ela diz que “ser um ativista periférico envolve coragem e enfrentamento” pela necessidade de se afirmar a todo momento para se fazer ouvir em espaços ainda ocupados majoritariamente por pessoas brancas. “Se seu corpo é diferente e você vem de outro lugar fora do que se é esperado, você não é daquele ambiente e não faz parte daquela agenda”, afirma.
A ativista sempre viveu com sua família em Icoaraci, a 20 km de distância do centro da capital paraense. O distrito, cortado por rios, sofre há anos com a contaminação de suas águas por metais pesados devido à atividade irregular de curtumes, o que traz problemas à saúde da população local e à sua qualidade de vida, por conta dos maus odores liberados pela operação das empresas – mais um clássico caso de racismo ambiental.
Os efeitos das mudanças climáticas também já se fazem sentir ali. “Uma coisa que minha avó me disse quando a gente conversou por ligação é que fazia muito tempo que ela não via tanta água caindo do céu. As pessoas estão notando que tem algo estranho, algo acontecendo”, conta, ao lembrar das chuvas do último inverno, que na Amazônia vai de novembro a maio. “Pessoas como a minha avó, que viveram mais tempo que a gente e conseguem olhar para o passado a partir daquele espaço, trazem muito o que ensinar sobre como analisar essas métricas de alterações. Por exemplo, olhar para a beira do rio e saber que o nível está cada vez mais alto, diferente do que era há vinte anos, e que consequentemente isso vai alterar o consumo do distrito em relação a peixes.”
Ana Rosa destaca que a percepção dessas transformações ocorre por meio da vivência. “Os efeitos chegam muito mais como ‘o que estou sentindo, como isso está atingindo o meu corpo e dos que estão ao meu redor’ do que necessariamente uma análise macro, de dizer que são as mudanças climáticas. O que chega para as pessoas já é a consequência, o processo de silenciamento e subalternização daquela realidade”, indica.
Por isso, para ela, é ineficaz discutir estratégias de adaptação urbana aos efeitos do aquecimento global apenas pelo ângulo da tecnologia, sem contemplar os recortes de raça, classe social e gênero, que incorporam as demandas e necessidades das periferias. “No final das contas, quem são as pessoas que podem morar em prédios com árvores no topo ou ter carros elétricos? Não são as pessoas das periferias, mas outros corpos supervalorizados em relação a acessos. Se a gente esvaziar o olhar crítico e pensar apenas no estrutural, vamos perpetuar [as desigualdades]”, defende.
“É preciso semear para florescer, apesar da urgência”
Incluir as periferias no processo de construção de cidades sustentáveis e resilientes às mudanças do clima não é só considerar suas demandas, mas também o universo de respostas que já existem ali. “A favela ensina. Basta olhar, se envolver e investir, que as soluções vão surgindo cada vez mais fortes”, afirma o empreendedor social Raull Santiago, de 33 anos. “Cria do Complexo do Alemão”, na zona norte do Rio de Janeiro, e com um longo histórico de ativismo pelos direitos humanos e das favelas, nos últimos anos Raull tem atuado também como militante climático.
A aproximação em relação ao assunto começou em 2012, durante a Rio+20, que marcou os vinte anos da primeira conferência do Meio Ambiente realizada pela ONU em 1992. A água também estreitou os laços de Raull com a pauta. “Comecei a pegar onda e, no mar, nas praias, conheci pessoas e projetos que pensavam a preservação dos oceanos. O tema foi me abraçando”, recorda. Depois disso, em 2019, passou a estudar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU – diretrizes para erradicar a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir qualidade de vida às populações – e, a partir dessa experiência, criou, em 2020, o projeto Favela & ODSs, “que discute a crise climática e ambiental a partir da favela e com a favela”, explica.
Para isso, Raull mira na potência intrínseca das comunidades para se adaptar às mudanças do clima. “As favelas e periferias já realizam coisas diversas, são a própria resiliência em diferentes situações absurdas, mas de forma independente”, avalia. “Tem projetos diversos que reciclam óleo, plástico, fazem reflorestamento, limpeza coletiva para evitar entupimento de esgoto, monitoramento de encostas por conta própria. As pessoas já estão dentro do tema, muitas vezes não têm o discurso sobre ele por estarem experimentando soluções, mas com foco na sobrevivência e não totalmente por ter consciência do tema.”
Além do Favela & ODSs, ele ajudou a fundar o PerifaConnection, que o levou à COP-26 no ano passado. A organização tem como um de seus pilares de atuação um programa de formação em clima para lideranças e comunicadores periféricos, o LABClima, em que os alunos têm aulas com especialistas e ativistas referências na área, em encontros semanais de três horas de duração cada.
Com a militância coletiva, Raull espera facilitar o cruzamento de caminhos entre as vivências e saberes periféricos sobre mudanças climáticas, o conhecimento científico e os espaços de tomada de decisão da agenda. Para ele, é preciso falar sobre tudo isso de “forma constante, pois é um tema central à vida de todas as pessoas e de nossas futuras gerações”, declara. “Mas é preciso falar sem romantizar, nem forçar as coisas, é preciso semear para florescer, apesar da urgência.”