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Jovens vivem depuração ideológica em tempos de eleição

Foto/Arquivo Notibras

Não é fácil para a juventude procurar uma ideologia. É como se os jovens tateassem no escuro ou caminhassem num lamaçal de dissimulações – principalmente numa época de eleições. As coligações estão aí, saltitantes como galinhas em festa no terreiro: esquerda com direita, direita com centro, centro com esquerda… e todos querem seu quinhão no mercado político de 2018.

As coligações trazem no seu íntimo um interesse escuso, uma parte oculta que só um eleitor atento pode perceber. Esse interesse, de mercado político, deve ser estudado antes da ida do eleitor à urna consagrar o seu voto.

As coligações e também as chapas puro-sangue, devem ser estudadas para que de fato se compreenda o mecanismo que norteia a estratégia eleitoral de cada um dos presidenciáveis, dos governadores e senadores, sem esquecer dos deputados federais e distritais.

As vagas aos cargos políticos estão abertas. E todos querem se vestir de traje a rigor ético e moral, como sendo um visionário político.

Exemplo maior e com uma pitada de sarcasmo, mas com muita coragem, sai na frente com uma chapa puro-sangue o PT, que busca nesta eleição se depurar de toda a contaminação que sofreu quando das últimas coligações – empurradas goela abaixo como fez no passado o hoje candidato condenado-preso Lula, com imposições que lhe vestiram com o black-tie da corrupção.

Ao confirmar os nomes dos candidatos a governador e vice, respectivamente na corrida ao Buriti, apostando também em seus próprios quadros para vaga ao Senado sem nenhuma coligação, o Partido dos Trabalhadores na capital da República apresenta o que de mais lhe é caro na sua fisiologia partidária, seu telhado de vidro, duro, resistente e até então impecável.

Para tentar alcançar seu objetivo, passa inclusive por cima de suas políticas domésticas ultra marxistas ao se definir na corrida ao Palácio do Buriti como uma chapa puro-sangue para derrotar o governo de plantão e depurar, ideologicamente, seu passado-presente que ainda pula como galinha em terreiro de fenecimento.

Por outro lado, os direitistas, estrategicamente, costumam proclamar a morte das ideologias, uma vez que um confronto verdadeiramente dialético – nesse mar de lama que se transformou o Brasil (e o Distrito Federal) pós-caixa de pandora, mensalão, petrolão e contínua lava-jato – não os favorece. É mais conveniente para direitistas, centristas e “come quietos” alardearem que com o advento das operações anticorrupção no País, acabaram-se também as convicções mais profundas dos indivíduos e dos povos no tocante à política partidária enquanto bússola, gestora primordial dos destinos da humanidade.

Mas, não dá para exercer plenamente a cidadania sem a adoção de uma ideologia. Como disse o poeta Cazuza, e ele tem razão: “Ideologia… eu quero uma pra viver!” E que seja ela: a que abrange o sistema de ideias que legitima o poder econômico da classe dominante (ideologia burguesa) ou a que expressa os interesses revolucionários da classe dominada (ideologia proletária ou socialista).

Independe. O mais importante é que, de tempos em tempos, precisamos fazer uma depuração ideológica. E o momento é esse que o mercado político nos está oferecendo: eleições 2018, vem pra urna, vem!

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