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Jucá ataca ideia de campo de refugiados em Roraima

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Líder do governo no Senado e uma das principais lideranças políticas em Roraima, Romero Jucá (MDB) criticou nesta quarta-feira, 14, a proposta do deputado federal e presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ) de criar um campo de refugiados para venezuelanos que chegam ao País por Roraima. O emedebista, porém, alegando questões de segurança sanitária, defendeu a criação de centro de triagem para controlar a entrada dos estrangeiros na fronteira entre o Brasil e a Venezuela.

“Vai botar quem para tomar conta (do campo de refugiados)? A ONU (Organização das Nações Unidas)? É pior, é um enclave da ONU dentro do Brasil”, afirmou Jucá ao Estadão/Broadcast. Para ele, a primeira medida a ser adotada é um controle de barreira sanitária na fronteira. “Tem que ter um centro de triagem. Porque tem que vacinar as pessoas. Está entrando gente doente lá Está tendo surto de sarampo, já tem suspeita de febre amarela, já teve caso de difteria”, disse.

Em entrevista publicada na edição desta Quarta do jornal O Estado de S. Paulo, Bolsonaro defendeu três propostas para enfrentar a imigração de venezuelanos no Brasil. “Primeiro, via Parlamento, revogar essa lei de imigração aí. Outra, fazer campo de refugiados. Outra: em vez de esperar passar o vexame do (Nicolás) Maduro expulsar os nossos embaixadores, já era para ter chamado há muito tempo e tomado outras decisões econômicas contra a Venezuela”, disse.

O presidenciável afirmou também que somente os venezuelanos mais pobres estão emigrando para o Brasil. “A ditadura, quando começa a tomar forma, a elite é a primeira a sair. Essa foi pra Miami. A parte mais intermediária, grande parte foi para o Chile. E agora os mais pobres estão vindo para o Brasil. Nós já temos problemas demais aqui. Se vamos incorporar aquele exército que recebe Bolsa Família, quem vai pagar isso aí? Vamos aumentar impostos?”, disse Bolsonaro.

Para Jucá, que também é presidente do MDB, o governo brasileiro precisaria realocar os refugiados que chegam a Roraima. Segundo ele, a capital Boa Vista e a cidade de Pacaraima, que fica na fronteira, não comportam a quantidade de imigrantes que querem entrar no Brasil. “Essas pessoas terão de ser interiorizadas ou vai ter que se criar algum tipo de encaminhamento para elas”, disse Jucá, cuja ex-mulher e aliada, Teresa Surita, é prefeita de Boa Vista.

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