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Farpas

Jucá e Renan medem forças pelo controle do PMDB

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Isabela Bonfim

Os dois maiores caciques do PMDB no Senado se confrontaram no plenário para medir forças no partido. O líder da bancada no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem criticado o governo, e o presidente do PMDB, Romero Jucá (PMDB-RR), aliado de Michel Temer, se estranharam em discursos na tribuna.

Tudo começou quando Renan discursou contra a decisão de Temer de assinar um decreto autorizando o uso das Forças Armadas contra as manifestações que aconteciam na Esplanada dos Ministérios. “Beira a insensatez fazer isso num momento em que o País pega fogo. Beira a irresponsabilidade. E fazer isso de forma dissimulada, dizendo que foi a pedido do presidente da Câmara dos Deputados”, afirmou Renan.

O senador ainda ironizou a crise institucional vivida pelo governo. “Se o governo Michel Temer não se sustenta, não são as Forças Armadas que vão segurar.”

Mas logo o discurso do peemedebista mirou nas tentativas do presidente de afastá-lo da liderança no PMDB no Senado, onde tem trabalhado praticamente na oposição ao governo. “O presidente Michel Temer pode destituir a senadora Rose de Freitas da liderança do governo, que é o âmbito dele. Mas o presidente não pode destituir o líder do PMDB, porque essa é uma decisão da bancada”, afirmou.

Mais cedo, Temer se reuniu com a bancada do PMDB no Palácio do Planalto, onde senadores discutiram a destituição de Renan do cargo de líder do partido no Senado. No plenário, o senador Waldemir Moka (PMDB-MS) pediu a palavra para fazer elogios ao governo, quando Renan o chamou de “puxa saco”. “O senhor há muito tempo não fala pela liderança do PMDB”, retrucou Moka a Renan.

Em seguida, foi a vez de Jucá subir à tribuna. O senador foi taxativo. “Ninguém está autorizado a subir na tribuna para dizer que o PMDB não apoia o presidente Michel Temer. Eu sou o presidente do PMDB e eu me reuni com a bancada e o presidente hoje. A posição individual não pode superar a decisão coletiva”, afirmou.

Ainda alfinetando Renan, Jucá afirmou que o PMDB vai trabalhar respeitando a posição da maioria e, enquanto for presidente do PMDB, ninguém vai vencer no grito.

Jucá defendeu a escolha do presidente de convocar as Forças Armadas para conter o protesto e afirmou que a decisão foi com o intuito de impedir um “bando de marginais que botavam fogo em ministério”. O peemedebista também defendeu as reformas do governo. “Quem quiser se candidatar a presidente, reze para aprovarmos essas reformas, porque ninguém governa esse país em 2019 sem essas reformas”, disse.

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