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Jucá se afasta do governo para não interferir em investigação sobre os grampos

Marta Nobre, Edição

O ministro do Planejamento, Romero Jucá, disse no final da tarde desta segunda, 23, que vai se licenciar do cargo a partir de terça (24) até o Ministério Público Federal se manifestar sobre as denúncias contra ele.

“Vamos aguardar a manifestação do Ministério Público com toda a tranquilidade, porque estou consciente qtue não cometi nenhuma irregularidade e muito menos qualquer ato contra a apuração da Lava Jato”, disse em rápida entrevista.

Jucá afirmou que vai pedir que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre se há algum indício no conteúdo do diálogo divulgado de que ele possa ter cometido algum crime. O pedido à PGR deverá ser apresentado na noite de hoje.

Segundo o ministro, caso a Procuradoria entenda que não há ilegalidade na conversa, o presidente interino Michel Temer poderá reconduzi-lo ao cargo.

Romero Jucá, durante entrevista coletiva em que explica teor da conversa gravada entre ele e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, em que teria falado sobre barrar investigações da Lava Jato (Antonio Cruz/Agência Brasil)

“Como há uma certa manipulação das informações do meu advogado, que prepare um documento e estamos dando entrada hoje à tarde para que nós tenhamos uma posição do MPF (Ministério Público Federal) se há ou não algum tipo de irregularidade ou crime na conversa. Na medida em que colocar esse documento no MPF, vou conversar com o presidente Temer, vou pedir licença do ministério enquanto o MPF não se manifestar.”

“A partir de amanhã (terça), estou de licença. Vou acompanhar a votação da comissão [de Orçamento] hoje. Amanhã estarei de licença, reassumo o Senado para fazer o enfrentamento aqui até que o MPF se manifeste quanto às condições da minha fala com Sérgio Machado”, declarou.

A declaração foi dada durante visita do presidente interino Michel Temer e de ministros ao Congresso Nacional.

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