Lula Almeida
Reunido com os movimentos de trabalhadores rurais, o juiz titular da Vara do Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do Distrito Federal, Carlos Frederico Maroja de Medeiros, ouviu as mais variadas queixas contra as suas decisões nos processos de reintegração de posse. O encontro foi no 4º andar do Anexo do Palácio do Buriti, no último dia 11.
Os trabalhadores reclamaram que as terras públicas da Capital estão sendo canibalizadas por grileiros. Há, segundo denunciam, um verdadeiro festival de documentos forjados em cartórios da região do Entorno, que acabam prevalecendo nos julgamentos em ações possessórias.
O juiz foi curto e grosso em sua resposta, ao dizer que, por vezes, o Distrito Federal é chamado, por intermédio da Companhia Imobiliária de Brasília – Terracap, para se posicionar nos feitos. Revelou, porém, que, em muitos casos, aquela empresa se mantém inerte, transcorrendo os prazos para manifestação.
Diante disso, explicou Carlos Frederico, sem a participação efetiva do ente governamental, inclusive para dirimir dúvidas quanto à titularidade das terras, as suas decisões se baseiam sempre pela melhor posse apresentada nos autos. Os sem-terra entendem o gesto da Terracap como um benefício indireto a quem grila terras em Brasília.
No mesmo dia, Rodrigo Rollemberg, alertado pelo próprio magistrado, disse que tomará providências para evitar prejuízos ao Distrito Federal. Prometeu inclusive puxar as orelhas da Terracap. Depois prometeu às lideranças dos sem-terra que irá disponibilizar, ainda em seu governo, 10 mil hectares de terras, destinados ao programa de assentamento da reforma agrária.