O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato em primeira instância, autorizou a transferência de 12 presos da carceragem da Polícia Federal (PF) para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O pedido de transferência foi feito pela PF na sexta-feira (20), que justificou dizendo que “já está ficando inviável” a quantidade de presos na sede, tendo em vista que alguns presos não podem se comunicar entre si e fica difícil acomodá-los em apenas seis celas.
O Complexo Médico-Penal é uma penitenciária de regime fechado com finalidades médicas.
Os presos que serão transferidos são: Adir Assad, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Erton Medeiros Fonseca, Fernando Antônio Falcão Soares, Gerson de Mello Almada, João Ricardo Auler, José Aldemário Pinheiro Filho, José Ricardo Nogueira Breghirolli, Mario Frederico Mendonça Goes, Mateus Coutinho de Sá Oliveira, Renato de Souza Duque e Sergio Cunha Mendes.
De acordo com a Polícia Federal (PF), as transferências devem ocorrer entre terça-feira (24) e quarta (25).
No despacho, publicado às 11h25 desta segunda (23), Moro destacou que não autorizou a transferência de Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras. Moro apontou que ele já estaria recebendo assistência psicológica na carceragem da Polícia Federal. O pedido dotratamento psicológico foi solicitado pela defesa de Cerveró no início de fevereiro após o ex-diretor passar mal na sede da PF.
Outro que teve o pedido de transferência negado foi Ricardo Ribeiro Pessoa, este por solicitação do Ministério Público Federal (MPF).
Além desses dois, permanecem na sede da PF: O doleiro Alberto Youssef, Dalton dos Santos Avancini e Eduardo Leite, da Camargo Corrêa e Nelma Kodama e Iara Galdino, já condenadas em uma das primeiras ações oriundas da Lava Jato.
O juiz federal Sérgio Moro também destacou no despacho “que não há que se presumir que os presos da Operação Lava Jato no sistema prisional estadual serão vítimas de alguma violência por parte de outros detentos. Entretanto, forçoso admitir que, pela notoriedade da investigação, há algum risco nesse sentido, o que justifica colocá-los, por cautela, em ala mais reservada”.
“Não ouvi as Defesas antes das decisões, pois rigorosamente não há um direito de ser recolhido à prisão no local de preferência do preso”, completou Moro. O juiz ressaltou ainda que “o local apresentado ao juízo para acomodar os presos no sistema prisional estadual parece adequado, talvez até com melhores condições do que as da carceragem”.
No domingo (22), a defesa do vice-presidente da empreiteira Mendes Junior, Sérgio Cunha Mendes, protocolou na Justiça Federal do Paraná o pedido para que Mendes fosse transferido para o presídio da Papuda, em Brasília.
Contudo, Sérgio Moro negou o pedido da defesa. O magistrado alegou que a presença de Cunha Mendes em Curitiba “ainda se mostra necessária”.
Presos soltos
No fim da tarde de sexta-feira (20), três suspeitos presos na 10ª fase da operação, deflagrada na segunda-feira (16), foram soltos.A Justiça Federal autorizou a soltura de três investigados, cujas prisões temporárias venciam na sexta: Sônia Mariza Branco, Dario Teixeira Alves e Lucélio Góes. Eles são suspeitos de participar do esquema de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras.