Deu Brasil. Uma vitória sofrida, angustiante, tensa, nervosa, emocionante. E o herói foi o goleiro Júlio César, que defendeu dois pênaltis na vitória por 3 a 2 sobre o Chile por uma vaga nas quartas de final. O tempo regulamentar acabou em 1 a 1. Nos pênaltis, a sorte sorriu, mostrando que Deus é Brasileiro.
Brasil e Chile permaneceram iguais em 1 a 1 após disputa de tempo normal e prorrogação no Mineirão, e com isso o duelo que abriu neste sábado a fase de oitavas de final da Copa do Mundo foi decidido em cobranças de pênaltis.
Na prorrogação, houve poucos lances de perigo. A equipe comandada por Luiz Felipe Scolari mostrou desorganização e até certa dose de desespero diante do empate. Mais desgastado fisicamente, o Chile se fechou e apostou no contra-ataque.
Nos instantes finais da segunda etapa do tempo extra, ‘La Roja’ teve a melhor oportunidade para decidir o jogo, quando Pinilla recebeu na entrada da área, se livrou da marcação e acertou forte chute no travessão.
Já na etapa complementar, aos 10 minutos, Hulk chegou a marcar, mas o árbitro inglês Howard Webb anulou o lance, marcando toque de mão do atacante brasileiro. Depois disso, o placar se manteve igual devido boas intervenções dos goleiros Julio César e de Claudio Bravo.
Contestado antes do Mundial por atuar na fraca liga do Candá, o camisa 12 deixou o Mineirão como o grande herói do Brasil até aqui na Copa. Uma classificação no sufoco, dramática. Com a dificuldade que Felipão, desde o sorteio das chaves, já havia anunciado. Mas que põe o Brasil no caminho de um possível reencontro com seu passado: 64 anos depois, pode novamente enfrentar o Uruguai em uma Copa em casa. Para isso, basta que os antigos rivais eliminem a Colômbia neste sábado, às 17h. Chance de finalmente exorcizar o ‘Fantasma de 1950’.
O Brasil finalmente conseguiu colocar em prática a tática utilizada na Copa das Confederações. Marcou forte a saída de bola do adversário, pressionou e abriu o placar no início do jogo. Após cobrança de escanteio, Jara empurrou contra as próprias redes em disputa com David Luiz (gol foi dado para o brasileiro). O Brasil era melhor no jogo, o segundo era questão de tempo. Mas uma inacreditável bobeada defensiva trouxe emoção à partida. Marcelo e Hulk se atrapalharam em cobrança de lateral e a bola sobrou dentro da área brasileira para Alexis Sanchez, que empatou.
O jogo ficou dramático e aberto, com chances de ambos os lados. Hulk marcou aos 9, mas a arbitragem entendeu que o atacante ajeitou no braço antes de chutar e anulou o lance. Júlio César fez milagre em chute de Aránguiz aos 19. Bravo respondeu com outro milagre cara a cara com Hulk aos 38. Bom desempenho dos goleiros que impediu que houvesse um vencedor no tempo normal.
O calor de um jogo às 13h cobrou seu preço na prorrogação. As duas equipes acusaram cansaço e os espaços surgiram. O Brasil cresceu e quase marcou com Hulk, mas novamente Bravo salvou. Os chilenos se encolheram e os minutos finais do tempo extra foram de pressão total dos donos da casa. Mas a grande chance foi do Chile: Pinilla recebeu na entrada da grande área e mandou uma bomba no travessão.
Nas penalidades, David Luiz abriu as cobranças convertendo para o Brasil. Júlio César defendeu o chute de Pinilla. Na sequência, porém, Willian chutou para fora. Alexis Sanchez também parou no goleiro brasileiro. Marcelo ampliou para os anfitriões. Aránguiz fez o primeiro gol chileno. Hulk chutou em cima do goleiro Bravo. Marcelo Díaz empatou o duelo. Neymar recolocou os donos da casa em vantagem. Na última cobrança, Júlio César pegou mais uma e garantiu a vaga brasileira.