Curta nossa página


Família planetária

Júpiter segurou a Terra pelo rabo. Não fosse isso, bye bye

Publicado

Autor/Imagem:
Bartô Granja, Edição

Há cerca de um milhão de anos, alterações na gravitação de Júpiter fizeram com que um planeta fosse expulso para fora do Sistema Solar. Mas o que evitou que a Terra e outros corpos celestes tivessem o mesmo destino?

Há muitos indícios no espaço que podem contar a história do início caótico da família planetária que leva o nome de Sistema Solar. Em particular, há várias pistas que apontam para a existência de um irmão perdido: um nono planeta que não é Plutão, relata a revista Scientific American.

Atualmente, a parte externa do Sistema Solar é dominada por quatro planetas gigantes: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Mais longe se encontra o cinturão de Kuiper — o campo de escombros de gelo que também inclui Plutão.

“Não devemos cair na armadilha de olhar para o Sistema Solar e pensar que sempre foi assim”, afirmou à revista o cientista David Nesvorny, do Southwest Research Institute, EUA.

Esse especialista norte-americano faz parte da equipe científica que está investigando como o nosso sistema planetário evoluiu em suas primeiras centenas de milhões de anos. Ele e seus colegas acreditam que o Sistema Solar poderia ter incluído um nono planeta, que foi posteriormente expulso pela enorme gravidade de Júpiter.

Durante a pesquisa, os cientistas recriaram, com a ajuda de um simulador, os possíveis milhares de cenários de como o Sistema Solar se formou.

Um dos cenários que, segundo os cientistas, melhor corresponde à realidade aponta que, no passado, havia um planeta localizado entre as órbitas de Saturno e Urano. Este corpo celeste poderia ter sido tão massivo como Urano ou Netuno e ter sido 16 vezes maior que a Terra. Os astrônomos acreditam que este planeta foi afetado pela órbita de Júpiter e, devido à gravidade deste último, teria sido expulso do Sistema Solar.

Em 2005, os pesquisadores realizaram simulações que indicam que os planetas gigantes teriam sofrido um fenômeno chamado de “instabilidade dinâmica”. Ou seja, a situação se complicou bastante há cerca de um milhão de anos.

A causa dessa instabilidade poderia ter vindo de uma série de aproximações entre Saturno, Urano e Netuno. Quando este alegado planeta se aproximou deles, sua gravidade empurrou-o para Júpiter.

Em resultado, Júpiter diminuiu a velocidade e ocupou a órbita mais baixa, afastando esse planeta do Sol.

Este foi uma espécie de choque gravitacional para o Sistema Solar. Enquanto Júpiter deu um salto para o interior do Sistema Solar, os outros planetas seguiram na direção oposta.

Esses movimentos poderiam ter retorcido as órbitas dos planetas gigantes e ter protegido Mercúrio, Vênus, Terra e Marte da interferência gravitacional de Júpiter e Saturno.

Atualmente, este planeta pode ser encontrado no cinturão de Kuiper. A posição dos corpos existentes no cinturão de Kuiper fez os cientistas pensarem que Netuno se formou mais perto do Sol do que a posição que tem agora.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.